A esperança de uma nova vida e a busca de oportunidades motivam imigrantes e refugiados a deixar os países onde nasceram, suas famílias e amigos. Caxias do Sul foi escolhida por vários deles para viver e, na cidade, enfrentam novos desafios e barreiras, como a cultura e o idioma, mas aqui eles também têm a oportunidade de recomeçar.
Uma nova chance de inserção social se abre para 18 imigrantes que participaram do Curso de Qualificação Laboral e Cultural para Imigrantes e Refugiados. Depois de três semanas e 60 horas de aulas teóricas e práticas, 10 haitianos, três venezuelanos, dois peruanos, um ganês, um senegalês e um argentino recebem a certificação nesta sexta-feira (21). A formatura ocorre a partir das 16h na sede do Centro da Atendimento ao Migrante (CAM), na Rua Professor Marcos Martini, 1.600, no bairro Marechal Floriano.
A capacitação para a função de camareiro foi oferecida pela Associação Educadora São Carlos (AESC), por meio do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), e teve a parceria do hotel Ibis Caxias, com o suporte financeiro da Diocese de Caxias do Sul. Os imigrantes receberam orientações sobre os aspectos técnicos, como procedimentos de limpeza e higienização de quartos, de cozinhas e de restaurantes. Também tiveram aulas sobre a cultura caxiense e a legislação trabalhista. Depois, os alunos tiveram aulas práticas nos dois hotéis parceiros da entidade.
A diretora do CAM, Irmã Celsa Zucco, avalia a qualificação dos imigrantes como uma oportunidade para que eles tenham mais facilidade de inserção no mercado de trabalho:
— Temos alunos que saem do curso bem preparados para o mercado de trabalho. Acredito que em breve eles consigam empregos e melhores oportunidade para obter renda pelos próprios esforços— ressalta.
Entre os inscritos, há quem tenha desde o Ensino Fundamental incompleto até profissionais com dois cursos de Formação Superior. O tempo de vivência no Brasil varia entre seis anos e três meses, como no caso de refugiados da Venezuela.
O instrutor Elias de Castilhos Duarte trabalha há oito anos com imigrantes e pessoas de baixa renda que busca qualificação profissional:
— Essa turma tem um nível de formação superior elevada, mas desconhecem a cultura brasileira. Nessas aulas, com a troca de conhecimentos, não apenas ensinei sobre os aspectos culturais da nossa cidade, como aprendi sobre a cultura deles. A questão do bom dia por exemplo, alguns me explicaram que no país deles, se dá "bom dia" durante o dia todo. É uma saudação para que as pessoas realmente tenham um dia bom_conta.
Duarte garante que quem contratar um profissional do nível dos formandos vai fazer com que sua empresa fique mais qualificada:
— Eles têm comprometimento e prestam um serviço de qualidade. Não precisa de supervisão porque o trabalho é bem feito.