As aulas só começam na quarta-feira (19) nas escolas da rede municipal de educação de Caxias do Sul, mas os professores já começaram o trabalho nesta segunda (17). O quadro de profissionais, no entanto, ainda não está completo, com falta de cerca de 30 docentes.
Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da rádio Gaúcha Serra, na manhã desta segunda-feira, a secretária municipal de Educação, Flávia Vergani, explicou que 26 novas turmas foram abertas em regiões da cidade onde não havia vagas próximas das crianças, buscando espaços ociosos em escolas da rede estadual. Com isso, houve a necessidade de se chamar mais professores concursados.
— Estamos ainda fazendo todo um movimento porque temos alguns colegas, professores, que foram chamados em concurso público, e muitos não assumiram. Então, estamos fazendo um movimento ainda de chamada e aguardo de documentação.
Segundo ela, há nomeações suficientes para atender a demanda e a expectativa é resolver a situação em, no máximo, duas semanas. Nesse período, a secretária garante que não haverá impacto para os alunos com falta de aulas porque há professores que vão fazer as substituições nas turmas que necessitarem.
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A secretária explica, ainda, que o município está buscando fazer mais parcerias com o Estado para abrir novas turmas e, à medida que isso ocorrer, novos chamamentos de professores aprovados em concurso serão feitos.
Conforme a secretária, o problema geral de falta de vagas em Caxias do Sul ocorre na educação infantil, de 0 a 3 anos. Já para as crianças de 4 e 5 anos, segundo Flávia, não há falta de vagas justamente porque a secretaria vem abrindo novas turmas em parceria com o Estado em salas ociosas da rede estadual; no ensino fundamental, a necessidade de vagas é atendida, e as situações que ocorrem são de zoneamento, ou seja, da escola para a qual a criança foi designada ser mais longe ou não ser a desejada pelos pais.
Ela diz que ainda há ajustes que são feitos no início do ano letivo sobre isso e que a expectativa é de fazer as acomodações em 30 dias. Um dos casos de revisão de escola designada que a secretária citou como exemplo é o de irmãos que foram alocados em diferentes escolas. Segundo ela, isso ocorreu porque o programa utilizado pela secretaria para alocação das vagas - o mesmo usado na rede estadual - acabou adotando o critério de disponibilidade de vagas sem considerar irmãos que precisam ir juntos à mesma instituição de ensino. Agora, um trabalho de revisão manual está sendo feito. Segundo a secretária, foram 15 casos desse tipo no município.
Reunião na Câmara vai tratar de falta de vagas
O Conselho Tutelar de Caxias do Sul vai fazer uma reunião pública para tratar da falta de vagas na rede pública de educação no município. Conforme Cassiano Fontana, coordenador da Macrorregião Sul do Conselho Tutelar de Caxias, foram feitos cerca de 500 atendimentos sobre questões envolvendo as matrículas na rede pública em ambas as macrorregiões, Norte e Sul; desses atendimentos, metade foram de falta de vagas. Embora o maior problema seja na educação infantil de 0 a 3 anos, ele afirma que há problemas de falta de vaga em outras faixas etárias, não só de 4 e 5 anos, mas também séries finais do ensino fundamental e até ensino médio, considerando toda a rede.
— Há o caso do Desvio Rizzo, por exemplo, onde há alunos que precisam ir até as escolas Dante Marcucci ou Cristóvão de Mendoza, tendo que percorrer até oito quilômetros, quando a legislação prevê uma distância de, no máximo, dois quilômetros — comenta.
Segundo o conselheiro, a 4ª Coordenadoria Regional de Educação e a Secretaria Municipal de Educação de Caxias do Sul já confirmaram presença na reunião, que ocorrerá na Câmara de Vereadores na quarta-feira (19), às 18h30min.