Por volta das 20h desta quinta-feira (19), quatro horas antes do horário previsto para início do atendimento parcial, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central 24 Horas, já estava com as luzes acesas e registrava movimentação de funcionários no interior do prédio. Do lado de fora, algumas pessoas tentavam entrar ou pedir informações mas eram barrados pelas portas que ainda estavam trancadas.
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— Eu bati, tentei entrar, eles me olharam e não disseram nada — relata Ana Maria Corrêa, 29 anos, logo após deixar a UPA Zona Norte onde, segundo ela, os pacientes da manhã recém começavam a ser chamados para as consultas.
Moradora do Desvio Rizzo, Ana Maria acompanhava o pai, Claudenir Rodrigues dos Santos, 54 anos, metalúrgico que está há dias com dores no joelho sem diagnóstico e, consequentemente, sem medicação.
— Viemos porque ouvimos dizer que aqui já estariam atendendo, agora acho que vamos para casa e vou tentar voltar amanhã — afirmou Santos, quando soube que a abertura iria ocorrer somente às 23h59min.
Diante das portas fechadas no Centro, a vendedora Camila Ribeiro, 30 anos, aguardava o ônibus para atendimento no bairro Santa Fé. Moradora do bairro Santa Corona, essa não é a primeira vez que ela atravessa a cidade para conseguir atendimento. Desta vez, ela levava a filha de cinco anos que estava com dor de cabeça e garganta torcendo para que o tempo de espera fosse menor do que as outras vezes.
— Da última vez que fui lá quase morri — desabafou.
