Uma das etapas mais delicadas dos esforços de desobstrução da RS-122, no km 43, em Farroupilha, está prevista para ocorrer no início da tarde desta quarta-feira (4), dia em que a interrupção da rodovia completa um mês. As 60 perfurações necessárias para implantação de explosivos foram concluídas perto das 20h desta terça-feira (3). Com isso, o trabalho de implantação das dinamites já teve início. O caminhão com carga de duas toneladas do material chegou ao ponto do bloqueio por volta das 7h. O veículo acessou o topo da encosta por uma estrada vicinal e os explosivos foram transportados até o local exato da explosão com a ajuda de uma retroescavadeira. A autorização do Exército que havia sido obtida para as detonações na primeira etapa da obra tem validade até sábado (7). No entanto, uma renovação já foi encaminhada caso haja necessidade de utilização de novas cargas do material.
Embora a quantidade de explosivos transportada até a encosta seja bastante expressiva, é possível que nem todo o material seja utilizado. Cada banana de dinamite tem cerca de 50 centímetros de comprimento. Elas serão colocadas até o topo de cada perfuração e interligadas por um cordel (pavio). Em seguida, as aberturas serão fechadas com pó de brita.
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A detonação ocorrerá em quatro linhas, que terão diferença de milissegundos entre elas. A primeira linha, mais ao fundo da encosta, irá recortar a rocha instável do restante do maciço. Já as outras três linhas servem para fragmentar o material. Entre o acionamento do detonador e a explosão, há um intervalo de 2min20seg. Esse é o tempo para os funcionários diretamente envolvidos deixarem a área de isolamento, em um raio de 500 metros. Ainda que a chuva prevista para esta quarta chegue pela manhã, as detonações devem ocorrer sem grandes transtornos.
Após as explosões, as equipes irão avaliar os resultados e a integridade de uma linha de transmissão de energia de 500 mil volts que passa pela região, além de eventuais danos na pista. Em seguida, deve ter início o trabalho de remoção das rochas retiradas, que não tem prazo para terminar, já que não se descarta a necessidade de novas detonações.
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— A perfuração foi a etapa mais complicada. Trabalhar onde a broca encontra fenda de rocha, para quem conhece sabe do que estamos falando. Tem que encontrar rocha sólida para lograr êxito. Perdemos cinco brocas. Assim como tivemos furos que levaram 20 minutos para serem abertos, outros levaram duas horas — relata o diretor de Operação Rodoviária do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Sandro Wagner Vaz dos Santos.
Após a remoção das rochas sobre a pista, uma equipe técnica do Daer irá avaliar as condições de liberação da rodovia. Ainda que a passagem seja permitida, ela será apenas parcial. A terceira faixa seguirá bloqueada até a construção de uma contenção, o que deve ficar para 2020. Enquanto isso, uma espécie de muro de contenção irá separar as faixas de fluxo da faixa interrompida. A estrutura também servirá como barreira de proteção para eventuais deslizamentos.