As detonações na encosta da ERS-122, em Farroupilha, onde houve deslizamento de rochas no dia 4 deste mês, devem ocorrer até o final desta semana. A previsão é do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), cujos representantes concederam entrevista coletiva, às 17h desta segunda-feira (25), exatamente no ponto da queda de barreira no Km 43 da rodovia.
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O Daer anunciou uma mudança no plano de trabalho para a liberação do trecho. Em vez de fazer detonações por degraus ou camadas, como previsto anteriormente, haverá uma única sequência de detonações, previstas para quinta e sexta. Também houve alteração na distância em que as perfurações estão sendo feitas no topo da encosta. Elas se aproximaram mais do despenhadeiro, que tem em torno de 25 metros de altura. Com isso, as perfurações chegaram a cerca de três metros do penhasco, reduzindo a linha traçada para os furos de 50 metros para 20 metros e também a quantidade de aberturas nas rochas. O número não é determinado, depende do andamento do trabalho, mas ficou mantida a distância entre um e outro de 50 centímetros e a profundidade – entre 12 a 15 metros cada perfuração.
Com as modificações, a ideia é fazer um único corte em uma inclinação de 15 graus no paredão, projetando as pedras fragmentadas sobre a pista. A decisão foi tomada em reunião entre Daer e empresas envolvidas no serviço – Encopav Engenharia, responsável pela obra, e a Boqueirão Desmonte, especializada no uso de explosivos –, na última sexta-feira, em Porto Alegre.
Nesta tarde, enquanto os diretores do Daer reforçavam a permanência do bloqueio total por questão de segurança, a perfuratriz trabalhava no topo da encosta. O tráfego segue interrompido até que as rochas sejam derrubadas e todo o material que cair nas pistas seja removido. O alerta foi dado porque carros e ônibus ainda forçam a passagem pelo local.
Sobre o tempo para desobstruir a rodovia (nesta segunda completaram três semanas), o diretor de Operação Rodoviária do Daer, Sandro Wagner, afirmou que se deve a complexidade do terreno e aos cuidados que estão sendo tomados com a segurança dos operários. Além disso, tanto as perfurações quanto as detonações são planejadas para não afetarem uma torre de energia elétrica que fica no alto da encosta e uma casa localizada abaixo do nível da estrada. A cada detonação, é preciso fazer a evacuação dos moradores.
O diretor de Infraestrutura do Daer, Luciano Faustino, reiterou os esforços que estão sendo feitos para que a ERS-122 seja liberada o quanto antes, e disse que, só em um segundo momento, será aberta licitação para contratar uma empresa para fazer um projeto para contenção definitiva da encosta. Isso deve ser previsto no orçamento do Daer para o ano que vem.
– Esta é uma etapa importantíssima e de muita técnica que é a perfuração para colocação dos explosivos e a execução da detonação. A liberação da pista depende essencialmente desse trabalho desenvolvido agora. O sucesso dessa detonação com a posterior limpeza da pista que vai definir uma data para a liberação da via. Sabemos a importância da ERS-122 para a Serra, para todo o Estado. O que foi avaliado foi a questão da segurança – declarou Faustino.