Na estação mais colorida e florida do ano, a Primavera, “nem tudo são flores”. Para muitas pessoas, é quando começam os espirros, a coceira no nariz e outros sintomas.
É o caso da pequena Rebeca Prezzi Henauer, 10 anos, que há seis sofre com rinite alérgica, doença que se manifesta com mais força durante esse período.
— Nessa estação, ela sofre com as flores. Descobrimos essa reação alérgica bem cedo, quando tinha dois anos — comenta o pai, o empresário Edson Giovani Hanauer.
De acordo com o pneumologista Fabrício Picoli Fortuna, os sinais das doenças respiratórias são evidentes desde os primeiros anos de vida. A faixa mais atingida pelos sintomas são as crianças de seis meses a cinco anos. Porém, na maioria dos casos, duram até a vida adulta.
A explicação do aumento de casos de doenças respiratórias na Primavera está no pólen, que se espalha pelo ar. As mudanças de temperatura, a poeira e outros fatores também favorecem a manifestação das chamadas “ites”, como rinite, bronquite e conjuntivite.
— Na Primavera ocorre um fenômeno chamado de polinose, que não enxergamos. Nesse momento, a concentração de pólen sobe 10 vezes mais no ar. A partir disso, as vias aéreas dos alérgicos percebem e reagem inflamando — explica o pneumologista.
Segundo o especialista, na Serra, cerca de 20% da população tem rinite alérgica e mais 10% asma crônica. Se engana quem pensa que a lista de doenças que se manifestam com mais facilidade para por aí. A estação também favorece as chamadas “virais” como roséola, sarampo, varicela, caxumba, gripes e resfriados.
Como prevenir
A prevenção é fundamental para evitar que os sintomas durante a Primavera sejam extremos. Os especialistas orientam para que o tratamento inicie ainda em junho ou julho. Assim, a quantidade de remédios necessários será menor para inibir as consequências.
— O tratamento deve iniciar bem antes do período do ano em que os sintomas se manifestam. Com isso, ao chegar na Primavera o indivíduo não sentirá tanto. Vale lembrar, que as alergias não têm cura, mas podem ser amenizadas com corticoides nasais e inflamatórios — ressalta Fortuna.
A família Henauer adota algumas medidas para amenizar os efeitos que essa estação causa em Rebeca, como o uso de medicações e práticas diárias de higienização dos ambientes pelos quais ela circula.
— Usamos medicamentos quando os sintomas ficam mais latentes. Foi utilizado medicamentos via vacina quando ela tinha cinco anos, em alguns momentos utilizamos a nebulização. Além disso, a limpeza também é um item importante aqui em casa — comenta Henauer.