Cerca de 500 hectares de produção de cereais tiveram prejuízo praticamente total com o granizo da tarde de quinta-feira (17) em Lagoa Vermelha, segundo levantamento da Emater. Foram 300 hectares de trigo, 120 de aveia branca e 80 de aveia preta.
— Nessa área do trigo, ninguém vai colher mais nada. No caso da aveia, em que os agricultores iriam colher a semente, o prejuízo foi quase total — relata o técnico agropecuário do escritório da Emater de Lagoa Vermelha, Josmar Freitas Veloso.
A entidade ainda está fazendo o levantamento do prejuízo em reais na agricultura. Segundo Veloso, 87 casas e 60 galpões no interior do município tiveram danos no telhado, em maior ou menor grau. Além disso, três estufas foram atingidas, dois hectares de brócolis, pouco mais de três hectares de uva e um hectare de amora.
Ao todo, seis comunidades rurais foram atingidas, todas no entorno da área urbana de Lagoa Vermelha, área mais danificada pelo temporal. São as comunidades de Alecrim, Rincão São Francisco, Vinhas, Fraternidade, Pizzamiglio e uma parte do assentamento rural próximo à cidade.
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O temporal também atingiu três indústrias importantes da cidade, que tiveram alagamentos, sendo duas de móveis e uma de alimentos. Pelo menos uma das fábricas de móveis teve perdas no estoque.
Ao todo, cinco escolas tiveram danos no telhado com o temporal e não há garantias de que 1.087 crianças e adolescentes voltem às aulas na segunda-feira (21). Conforme o coordenador da Defesa Civil do município, Admilson Ferreira da Silva, isso depende de laudos de engenheiros, que ele acredita que fiquem prontos até a segunda.
Foram danificadas as escolas municipais Mônica Bonotto, de educação infantil, Léa Beatriz de Quadros Dolzan, de ensino fundamental, e Marcílio José Machado, também de ensino fundamental; e as escolas estaduais Trajano Machado, de ensino médio, e Francisco Argenta - Polivalente, também de ensino médio.
Com isso, também na segunda devem ser encaminhados todos os documentos do relatório do município para buscar a homologação do decreto de emergência pelo Estado e o reconhecimento do Ministério das Cidades.
— O reconhecimento da União é necessário para que os moradores atingidos possam pedir, junto à Caixa Econômica Federal, a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para consertar os danos nas casas — explica o coordenador.
Até o momento, 880 famílias já se cadastraram pedindo ajuda à prefeitura. Quatro mil casas foram atingidas, sendo que 1,7 mil delas tiveram mais de 40% do telhado comprometido.
O município segue recebendo doações no ginásio Adolfo Stela, no centro. Os itens mais importantes são colchões, alimentos e cobertores. Em relação a roupas, a Defesa Civil diz que o volume de doações já foi muito bom e não é mais necessário.
Segundo Silva, o estoque de telhas acabou em Lagoa Vermelha, o que dificulta os trabalhos de conserto. Mais de 25 mil metros quadrados de lona foram distribuídas. A lona chegou a acabar na sexta-feira (18), e o município precisou comprar uma parte do material para complementar a distribuição.