Não bastasse a pista sinuosa, os cerca de 16 quilômetros da ERS-446, que ligam São Vendelino a Carlos Barbosa, têm trechos em que a pavimentação está em péssimas condições. A chamada Rodovia São Vendelino é mais um exemplo de rodovia estadual da região que, na situação atual, coloca em risco a vida dos motoristas. O Pioneiro percorreu o trecho na tarde da última quarta-feira e encontrou muitos buracos, pontos onde o asfalto está deteriorado e a sinalização da pista apagada. Além disso, como em diversas outras estradas, devido à falta de roçada, as placas foram encobertas pelo matagal e já não servem mais de aviso aos condutores sobre curvas acentuadas e limite de velocidade. Muitas delas, estão apagadas.
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A 446 começa no entroncamento com a ERS-122, sentido de quem segue de Farroupilha em direção a São Vendelino. São cerca de quatro quilômetros em que a rodovia corta o município, inclusive, a área central. E é justamente nesse quarto quilômetro que está um dos dois pontos mais críticos. O Km 4 é marcado por uma sequência de buracos que obriga os veículos – carros, motos, caminhões e ônibus – a desviarem, saindo para o acostamento, onde ele existe, ou invadindo a pista contrária, aumentando a possibilidade de causar acidentes.
O prefeito de São Vendelino, Evandro Luis Schneider, esteve na última segunda-feira, fazendo um levantamento na rodovia para encaminhar novo ofício ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Não é a primeira vez que o município pede providências em relação à manutenção da rodovia, que assim como a ERS-122, é uma das principais ligações da Capital à Serra Gaúcha.
– Está muito precária. Está se tornando bastante perigosa para o usuário. Precisaria de um trabalho mais efetivo. Quando se usa tapa-buracos para remendar toda uma rodovia, daí não é mais uma operação de tapa-buracos, deveria ser de recuperação geral – disse Schneider.
Um segundo trecho extremamente precário fica no Km 10, perto da Rua Felix Benjamin Gedol, que dá acesso à localidade de Santo Antônio de Santa Clara Baixa, já em Carlos Barbosa. Nesse local, uma das crateras, porque são várias, se alarga por praticamente toda uma das duas pistas sentido de quem segue para Garibaldi. Foi por ali que Miguel Borsoi, 25 anos, furou o pneu dianteiro esquerdo do carro ao cair em um buraco. Ele ainda seguiu por mais alguns quilômetros, mas teve que parar e pedir socorro, já que a BMW que acabara de comprar na Capital não tem estepe. Borsoi mora em Garibaldi, é motorista de caminhão e é testemunho da precariedade das rodovias da região.
– Desvia de um, desvia de outro e em um acaba caindo, não adianta. Peguei o carro em Porto Alegre e não consegui chegar em casa. Indigna muito – disse o condutor.
O prefeito de Carlos Barbosa, Evandro Zibetti, reforça o coro do gestor vizinho de que a pavimentação necessita de um trabalho mais profundo.
– A rodovia é rota de cidades industriais e rota turística importante. Não é uma questão de tapa-buracos, simplesmente – afirma Zibetti.
Ambos os prefeitos disseram que não têm condições orçamentárias de realizar a recuperação dos trechos por conta própria, como fará a partir de hoje, Farroupilha com partes da ERS-122 e a RSC-453 que cruzam a cidade.
Questionado sobre a retomada dos trabalhos de conservação das rodovias da região, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informou que no final de abril, oficiou a empresa Encopav, contratada via licitação para conservação das rodovias estaduais na área da 2ª Superintendência Regional, de Bento Gonçalves, para viabilizar o fornecimento de material asfáltico junto ao contrato de conserva que mantém com o órgão. Após essa etapa, a empresa poderá executar os trabalhos nas rodovias, de acordo com a disponibilidade orçamentária liberada pelo governo do Estado, para o Daer. Ainda conforme o Daer, a empresa está avaliando a proposição do Departamento e deve responder nos próximos dias.
