De longe é quase imperceptível, mas basta aproximar da fachada da EMEF Laurindo Luiz Formolo, no bairro São Ciro, para perceber as placas de lata que recobrem a parede. Isso se repete no interior do prédio, corredor e salas. Não se trata de um projeto arquitetônico diferente ou inovador, não. As placas foram colocadas para remendar a estrutura quando os buracos começaram a aparecer anos atrás.
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Na sala de aula que abriga estudantes do 8º ano pela manhã e do 3º ano à tarde, as placas estão espalhadas pelo chão. É que ali, em diversos pontos, o assoalho de madeira cedeu. Aliás, o assoalho é um dos pontos críticos da escola que atende a 390 alunos, da Educação Infantil ao 9º ano. Na sala de atividades, ele é conhecido como piso flutuante, porque ao cruzar por ele, as tábuas se movimentam a cada pisada. Em outras áreas, como os pátios internos, a direção utilizou parte da verba da autonomia escolar para colocar piso frio. Isso também foi feito nos banheiros que ganharam reforma geral.
Mas, os problemas não estão só no chão. Ao voltar o olhar para cima, lá está o forro caindo. Na biblioteca, onde há diversas mesas em que as crianças poderiam aproveitar o acervo de 16 mil livros, a servidora diz que não se atreve a ligar o ventilador de teto, com medo que o forro desabe sobre as cabeças. A causa foram as infiltrações. Para resolver, de forma paliativa, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) colocou uma manta asfáltica sobre o telhado. No beiral da fachada também é possível ver os sinais de apodrecimento.
– A escola inteira tem risco. As partes mais perigosas vamos arrumando. Quando chove, ficamos apreensivos sim – conta a diretora Jaciara Viesser Bosi, se referindo ao telhado.
Segundo a gestora, o madeiramento está todo comprometido. Para o conserto seria necessário R$ 200 mil.
– Claro que temos que manter (o prédio), mas chega um momento em que ficamos só tapando buracos. Não tenho mais o que fazer. Não posso colocar uma lata na escola de cima até embaixo. Toda a estrutura está comprometida – completa a diretora.
Atuando na escola há 26 anos, Jaciara conta que há pelo menos 12, aguarda o começo da construção de um novo prédio que deve ficar no mesmo terreno. Para ela, os problemas seriam resolvidos mais facilmente se os estabelecimentos pudessem fazer obras maiores do que apenas reparos.
O que diz a prefeitura:
Há previsão de construção de um novo prédio. O processo está em análise de demanda, documento necessário para a elaboração do projeto, que será feito depois disso. O projeto deve começar a ser desenvolvido nesta semana, numa estimativa de investimento de R$ 2,5 milhões. A previsão de licitação é para o segundo semestre de 2019. Pequenas reformas não devem ser feitas por enquanto, uma vez que o financeiro não tem como justificar a destinação de valores sendo que a construção custará um montante considerável ao município.
A etapa atual, de análise, consiste em um levantamento técnico da área de intervenção e das necessidades do educandário, abrangendo número de estudantes da escola, situação da região com relação à necessidade de vagas e de atendimento pleno à legislação.
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