O tom de voz foi elevado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Atiliano Pinguelo, na noite de ontem, durante uma reunião entre os pais dos alunos, representantes da Secretaria de Educação e da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de Caxias. Os gestores municipais foram ao local para dar explicações sobre o futuro do prédio e dos 142 estudantes. Porém, ao dizerem que o local para o qual a escola inteira será transferida ainda está indefinido, muitos pais se revoltaram.
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As aulas foram suspensas pela direção no dia 16 deste mês depois que parte do muro dos fundos do pátio caiu em função da chuvarada que atingiu a cidade. A equipe de engenharia da prefeitura, que em um primeiro momento avaliou que o educandário poderia continuar funcionando, ainda na semana passada, alterou o parecer, interditando por completo a estrutura sob risco de novos desabamentos. Isso ocorreu, segundo engenheiro do município, porque a retirada de uma das casas que ocupavam de forma irregular parte do terreno da escola, desestabilizou o solo. Isso pode voltar a ocorrer quando as outras cinco casas forem removidas. Essa retirada é necessária para que as máquinas possam entrar e começar a trabalhar no terreno da escola.
Os representantes da prefeitura informaram os pais sobre o planejamento em relação à obra que deve seguir o anunciado nos últimos dias: remoção das moradias, corte de uma árvore que está no barranco e também corre o risco de cair, fechar a área para não voltar a ser invadida, reconstrução do refeitório que estava interditado há cerca de dois anos, reconstrução do muro, construção de uma quadra de esportes, implantação de acessibilidade em todo o prédio. A obra deve custar em torno de R$ 1 milhão.
Sobre a transferência dos estudantes e equipe da escola para outro endereço, a prefeitura reiterou que três locais estão sendo estudados e disse que, na quinta-feira, a Secretaria de Planejamento deve dar parecer sobre qual deles será escolhido. No dia seguinte, portanto, sexta, a comunidade escolar será informada do novo endereço. A expectativa é retomar as aulas na segunda-feira, dia 29.
— A ideia é essa: até sexta-feira dar uma posição para vocês e a partir da segunda começar as atividades de novo em outro local que não seja mais esse — disse o engenheiro Rodrigo Montemezzo.
Os pais questionaram como será o transporte das crianças e de onde elas partirão, já que o ponto de partida que é a Atiliano, estará interditada. A preocupação deles é a distância desse novo local e que as crianças não esperem em lugar aberto pelo transporte em função dos dias de chuva e frio que vêm pela frente.
— E por quanto tempo as crianças vão ficar nesse espaço locado? — perguntou Débora Aguiar de Oliveira, 33 anos, mãe de duas alunas, de 8 e de 9 anos, que estudam no 2º e 3º ano.
A Secretaria de Educação admitiu tentar elaborar um roteiro para o ônibus do município que fará o transporte até o novo ponto. Esse estudo será feito nos próximos dias, conforme endereço das famílias. É provável que sejam estabelecidos pontos de parada no bairro. Já para as famílias do Campos da Serra, atendidas pela escola, o ônibus partirá do loteamento até a nova sede. Sobre a nova sede, a prefeitura se limitou a dizer que estão sendo verificados um prédio na área central e um perto do Iguatemi. Ainda há um terceiro, cujo bairro não foi divulgado.
Primeira família a sair está em local provisório
Uma das seis famílias que devem deixar a área ocupada da escola Atiliano Pinguelo, no bairro Diamantino, está vivendo desde a semana passada no térreo de um prédio de uma antiga escola municipal, no bairro Planalto. O casal, Julemar José dos Passos e Ivone Mendes dos Passos, 53 anos, e cão Negão, teve de deixar a pequena casa, de um quarto, uma sala e um banhiero, onde moravam às pressas porque a estrutura corria risco de desabar.
O novo endereço é provisório até que a família encontre uma casa para alugar. O valor será pago pelo município por seis meses. A ideia da prefeitura é realocar as famílias retiradas do terreno em moradias do loteamento Campos da Serra.
Em meio às caixas da mudanças, dona Ivone não esconde a ansiedade diante do futuro incerto. Mas diz que está bem alojada. O prédio tem três quartos, sala grande e cozinha no mesmo ambiente e dois banheiros _ um deles foi ativado pela família. No final de semana da Páscoa, dona Ivone já pode receber visitas no endereço temporário.
— Estou meio estressada sem saber o que será da gente amanhã, mas bem — disse a auxiliar de limpeza.
O prazo dado pela prefeitura para que as famílias deixem a área da escola se encerra hoje. As que não saírem, serão notificadas novamente.
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