O Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (DNIT) derrubou, na semana passada, um dos principais entraves para a conclusão da BR-285, entre São José dos Ausentes e a divisa com Santa Catarina. A rodovia, que começa em São Borja, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul e termina em Araranguá (SC), tem apenas oito quilômetros sem asfalto no lado gaúcho. Já o trecho pendente em Santa Catarina, na Serra da Rocinha, está com as obras em andamento.
No ano passado, a diretoria do DNIT proibiu a realização de novas licitações via regime diferenciado de contratação. Essa modalidade permite que a empresa contratada realize a obra enquanto trabalha na conclusão do projeto. É justamente esse modelo que a superintendência do órgão federal no Estado espera adotar para agilizar a conclusão da BR-285. Caso a contratação ocorresse pelas vias tradicionais, a obra poderia levar até dois anos para começar a sair do papel, devido à necessidade de conclusão de todos os trâmites.
Desde a proibição, portanto, a unidade do DNIT em Vacaria não tinha como dar andamento ao processo em Brasília. A situação mudou no último dia 7, com a autorização do diretor-geral do órgão, Antônio Leite dos Santos Filho, para a contratações via regime diferenciado. A boa notícia, porém, ainda não garante a realização da obra.
De acordo com Adalberto Jurach, engenheiro da unidade do DNIT em Vacaria, o anteprojeto e o termo de referência, necessários à licitação, já estão na sede do departamento, em Brasília. Já o orçamento passa por retificação e tem previsão de ser encaminhado na próxima semana. A partir daí, a obra depende das prioridades que serão elencadas pela diretoria do DNIT.
— Depende de uma negociação com a nova direção e o novo ministro (da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas) —afirma Jurach.
Em novembro do ano passado, a bancada gaúcha no Congresso aprovou a destinação de R$ 80 milhões para a conclusão da estrada. Os recursos, no entanto, podem ser destinados a outras áreas, caso a obra não seja realizada neste ano.