Uma análise preliminar do Instituto Geral de Perícias (IGP) não identificou vazamento de gás nas linhas (canos) inspecionadas no apartamento que explodiu em Farroupilha, na manhã de quarta-feira. Segundo o diretor do IGP na Serra, Airton Kraemer, a verificação foi realizada em parceira com técnicos da Supergasbras, empresa responsável pelo abastecimento do condomínio, durante a manhã e a tarde desta quinta-feira.
O trabalho ocorreu no apartamento de Maria Ana Zanetti Mützenberg, 68 anos, que teve 88% do corpo queimado no incêndio. Ela permanece em estado grave no Hospital Unimed.
— Ainda não conseguimos identificar a fonte de vazamento. Fizemos um trabalho de verificação da estanqueidade de alguns elementos para ver ser há vazamento na linha de sistema de pressão do gás central. Nas linhas inspecionadas no apartamento, não encontramos vazamento. O gás pode ter saído dos dois botijões (que estavam no imóvel). Eles foram afetados pelas chamas e estão vazios. São hipóteses — ressalta Kraemer.
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Além dos botijões, o IGP recolheu válvulas, reguladores e mangueiras para nova análise em empresas de gás da Região Metropolitana.
— Vamos testar se as válvulas, por exemplo, estão de acordo com as normas — esclarece Kraemer.
O perito acredita que o gás estava acumulado na cozinha do apartamento de Maria e a onda de choque da explosão avançou para todos os lados, causando a destruição da peça onde havia um dormitório, do banheiro e da sacada, além de derrubar o piso e as paredes laterais do terceiro e quarto andares. Internamente, os danos também foram grandes nos outros imóveis no terceiro andar. Curiosamente, a explosão não destruiu vidros das sacadas que estavam acima ou abaixo do apartamento de Maria.
— A onda de choque é esférica, se propaga, então há várias formas de anteparos que podem refletir como essas ondas atingem os objetos — conclui Kraemer.
Ainda não há prazo para a conclusão da perícia nos objetos recolhidos, segundo o diretor do IGP na Serra. A partir de agora, a responsabilidade pelo prédio é da Defesa Civil de Farroupilha. A desinterdição do imóvel dependerá de um laudo de engenheiro comprovando que o prédio não oferece riscos de desabamento. Portanto, as famílias continuam sem uma previsão de retorno para casa.