A empresária Tamara Verdovelli, 28 anos, mora com o marido, Wilker Reginato, 34, no apartamento 202 do edifício Vêneto, exatamente abaixo do imóvel onde ocorreu a explosão seguida de incêndio na manhã desta quarta-feira, em Farroupilha. Ela contou ao Pioneiro como foram os momentos desde o estrondo até a saída do prédio.
O casal reside no local há 10 meses, quando adquiriu o imóvel na área central do município. Em função do acidente, com a estrutura interditada pelo Corpo de Bombeiros, os moradores não sabem quanto tempo terão de ficar longe de casa.
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Confira trechos da entrevista:
Pioneiro: Como tudo aconteceu?
Tamara Verdovelli: Estávamos deitados na cama e o que aconteceu foi que o prédio inteiro tremeu e o gesso (do teto) do quarto caiu em cima de nós. A gente não sabia o que estava acontecendo. Saímos correndo para a sacada da sala, quando os vizinhos do outro prédio começaram a nos dizer para descer. Até então, não sabíamos o que tinha acontecido. Quando cheguei no primeiro andar, encontrei a senhora queimada e entendi que tinha sido uma explosão. Meu esposo disse "um caminhão bateu no prédio". A impressão que eu tive é que o prédio inteiro iria desabar. Quando chegamos na rua é que vimos que tinha fogo saindo por todos os lados no apartamento de cima.
Vocês chegaram inalar fumaça ou se feriram?
Não me dei conta. Só quando fui chamar minha "dinda", que mora no primeiro andar, é que comecei a sentir cheiro de fumaça. Ela mora na outra torre, então, no apartamento dela, só deu para sentir o estouro, não aconteceu nada. Tenho uns arranhões e começou a aparecer uns hematomas do gesso que caiu.
Qual foi tua reação ao ver o prédio de fora?
A sensação foi horrível. Parecia uma cena de guerra.
Onde vocês estão abrigados?
Fomos para a casa dos meus pais.
Há uma expectativa de quando o prédio deve ser liberado?
Os apartamentos no outro lado (outro bloco) vão ser liberados em dois ou três dias, mas o meu é o de baixo (de onde ocorreu a explosão), ficou bem danificado.
Como foi entrar no apartamento depois da explosão, quando os bombeiros liberaram os moradores para pegar pertences?
Eles (bombeiros) deram 15 minutos para a gente subir. É desesperador. Nosso apartamento está com todo o gesso caído, móveis quebrados, espelhos quebrados... é horrível. Conseguimos pegar só roupas. No banheiro, não pudemos entrar, porque ele está com uma fissura e não liberaram a entrada. Eu só queria pegar minhas coisas e ir para casa dos meus pais. Eu estava com as malas prontas porque íamos para a praia hoje de manhã (ontem). Só retirei as malas e fui embora.
E agora, o que pretende fazer?
Não posso ficar lamentando o que aconteceu. Vida para a frente. Não tem o que fazer. Não posso entrar no meu apartamento. O condomínio contratou uma empresa para fazer a escora do prédio para não ter mais abalo na estrutura.