A equipe de servidores do Pronto-Atendimento 24h de Caxias do Sul, o Postão, segue atendendo os pacientes que chegam ao local, mesmo sem definição oficial de como se dará o funcionamento da unidade durante a reforma e ampliação prevista para começar na semana que vem. Segundo a empreiteira responsável pela obra, o prédio deverá ser entregue vazio.
Na manhã desta terça-feira, duas crianças em situação de emergência chegaram à unidade, uma delas em uma crise severa de asma.
— Cheguei com meu filho e quase não tive atendimento. Se estivesse fechado não saberia o que fazer. Aqui o atendimento é bom e só pego um ônibus para vir para cá. Na UPA (Zona Norte), por exemplo, preciso pegar quatro ônibus — comenta Joarita Machado, 23 anos, mãe de uma das crianças.
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Segundo a médica Elizabeth Tereza Bernardi, que atua no PA desde a sua criação, 28 anos atrás, no momento em que os pacientes chegaram, o Postão estava "sitiado" e isolado com gradis dispostos pela prefeitura. Guardas municipais foram acionados para evitar tumultos no local.
A médica apoia a manifestação que conselheiros, servidores e sindicalistas fazem no entorno do PA desde o começo desta manhã.
– O povo acolheu a nossa ideia, veio se manifestar para salvar o nosso Postão. Já tivemos que fazer isso em uma vez anterior. Agora, novamente. E vamos fazer quantas forem necessárias — disse a médica.
Até o início da tarde, os profissionais que atuam no local não tinham recebido nenhuma orientação por parte da administração pública ou de gestores diretos sobre como será o funcionamento da unidade nos próximos dias e durante as obras.
— Resposta nenhuma da parte da prefeitura. (A mobilização) vai continuar até que haja uma resolução do caso. Pretendemos ficar aqui dentro, atendendo até que a gente, se não tiver outra alternativa, tiver que sair — disse a médica.