Fechado para visitação desde agosto do ano passado e castigado pelas infiltrações e umidade que ameaçam as mais de mil peças do acervo de arte sacra do município, o Memorial Atelier Zambelli, em Caxias do Sul, começou, finalmente, a ser reformado nesta semana.
Conforme a empresa Festa da Uva Turismo e Empreendimentos S.A., a reforma compreenderá o conserto das infiltrações no museu com a troca na laje sob o monumento Jesus Terceiro Milênio, no Parque de Eventos da Festa da Uva. Além da retirada do piso antigo e instalação de um novo, a laje do atelier ganhará uma camada impermeabilizante para evitar mofo. O projeto de reforma inclui também a pintura interna do espaço.
As peças do museu serão mantidas no local durante as obras, já que são frágeis e correm o risco de avarias caso fossem transportadas para outro espaço. Para preservá-las, a equipe de manutenção da Secretaria Municipal da Cultura montou estruturas de proteção para o acervo.
O investimento na obra é de R$ 93.350,86. Como o valor é abaixo de R$ 100 mil, a contratação da empresa pôde ser realizada com dispensa de licitação. A reforma deve ser concluída até o final do ano, e a expectativa é abrir o espaço para a comunidade a tempo do início da Festa Nacional da Uva 2019, em 22 de fevereiro.
Em agosto, o Pioneiro mostrou a situação do museu: por uma janela, eram vistos baldes para aparar goteiras. Na época, especialistas já avaliavam que a umidade teria comprometido as peças em diferentes graus. A reforma que está sendo realizada agora deveria ter saído em outubro do ano passado, mas atrasou devido a impasses sobre o tipo de reforma que seria realizada no local.
O Memorial Atelier Zambelli tem atribuições compartilhadas entre a Festa Nacional da Uva e o Departamento de Memória e Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura.
O nome Zambelli é uma homenagem ao escultor italiano Michelangelo Zambelli, que fundou em 1915, em Caxias, o Atelier de Escultura Michelangelo Zambelli & Cia Ltda, localizado na Avenida Júlio de Castilhos, 815. A notoriedade e o reconhecimento foram imediatos: o cuidadoso acabamento artesanal, a pintura à mão e o requinte eram marcas registradas das peças, que passaram a ser obrigatórias na decoração de capelas, igrejas e residências.