A partir de segunda-feira (6), profissionais do Hospital Sírio-Libanês, uma das instituições de referência em saúde no país, acompanharão o trabalho da equipe do Hospital São Carlos, de Farroupilha, por quatro semanas. Trata-se de uma consultoria que tem o objetivo de melhorar a gestão. O hospital da Serra tem atualmente uma dívida de cerca de R$ 1,6 milhão.
Conforme a diretora do Hospital São Carlos, Janete Toigo, haverá dois executivos consultores do Sírio-Libanês que farão entrevistas com gerentes de áreas e pessoas externas ao hospital. Eventualmente, outros profissionais podem vir a Farroupilha, inclusive médicos. O diretor executivo do Sírio-Libanês, Fernando Torelly, também deverá visitar o São Carlos.
Janete explica que o trabalho de consultoria do Sírio-Libanês foi determinado pelo Ministério da Saúde (MS). O hospital de Farroupilha se inscreveu e foi contemplado no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), em que os cinco hospitais de excelência do país conveniados com o Ministério (Albert Einstein, Sírio-Libanês, Hospital do Coração, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, todos de São Paulo, e o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre) participam com projetos de qualificação do SUS em troca de isenções fiscais por parte da União.
Janete Toigo diz que a dívida do Hospital São Carlos já chegou aos R$ 9 milhões no início de 2017. A instituição vem buscando financiamentos e redução de gastos. Aderiu a um programa de parcelamento de impostos devidos, o Pert (Programa Especial de Regularização Tributária) e também negociou com fornecedores. O quadro de servidores foi reduzido de cerca de 400 para os atuais 308.
A diretora diz que é importante buscar formas de aumentar a receita, já que, segundo ela, o hospital tem capacidade ociosa. Em média, 40% do total de 108 leitos ficam desocupados; dentre esses, estão 10 leitos de UTI. Entre os pacientes, 80% são atendidos pelo SUS.
Janete manifesta interesse em buscar junto ao MS a habilitação do São Carlos para prestar atendimentos em alta complexidade no SUS, seja em cirurgias ou na própria UTI. Ela afirma que, tecnicamente, isso já seria possível mas, como o hospital não é habilitado, só recebe pacientes do SUS até a média complexidade. Janete acredita que, com o intermédio da equipe do Sírio-Libanês, pode haver mais chances de o São Carlos conseguir essa habilitação.
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