A frota de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Caxias do Sul contará com pelo menos uma ambulância nova a partir do fim deste mês. A compra do veículo já passou pela Central de Licitações (Cenlic) do município. A previsão é que o serviço receba outras duas ambulâncias até outubro e uma quarta até o final do ano. O pregão eletrônico para definir a concessionária onde serão adquiridos os dois veículos que serão comprados com recursos dos cofres da prefeitura será no dia 13 deste mês a partir das 9h na Cenlic. A quarta ambulância para o Samu tem verba garantida por meio de emenda parlamentar do deputado federal Pepe Vargas (PT).
Além disso, o transporte de apoio que realiza remoção de pacientes que estão hospitalizados também será totalmente renovada. A previsão é que os veículos novos sejam adquiridos até o final do ano ou no início de 2019, mas não há uma data exata.
O diretor-geral do Samu, médico Thyago Anzoli Coser, explica que a compra dos novos veículos é uma determinação de governo após serem apresentados dados que comprovam que perante o valor gasto com manutenção preventiva e com reposição de peças, a compra seria mais econômica as cofres públicos:
— Gastamos cerca de R$ 500 mil em manutenção com os veículos por ano. Uma ambulância equipada custa em torno de R$ 250 mil. Depois de levantamento entregue ao prefeito, ficou constatado que um veículo novo se paga, então é mais viável investir em ambulâncias novas porque com o custo de manutenção podem ser comprados dois veículos novos.
Coser destaca ainda que em março do ano passado tiveram perda total em dois veículos e o valor do seguro foi muito abaixo do esperado, cerca de R$ 180 mil das duas. Agora, as ambulâncias de apoio serão todas renovadas.
— São veículos que exigem manutenção prévia e também reparos, porque rodam muito, e a manutenção se torna cara. Com carros novos irá melhorar o serviço e vamos qualificar ainda mais o atendimento, com menos risco das ambulâncias quebrarem durante atendimentos, remoções e viagens.
Atualmente, o município atende a população com quatro ambulâncias de suporte básico e uma de suporte avançado, sendo que o veículo mais novo foi entregue à cidade pelo Ministério da Saúde há dois anos. Já o transporte de apoio conta com cinco veículos, que precisam ser renovados.
Profissional denuncia falta de material para limpar ambulâncias e lavar as mãos
Denúncias de que há falta de material para higienizar as mãos e também limpar adequadamente as ambulâncias do Samu chegaram à reportagem. De acordo com uma pessoa que tem a identidade preservada o interior da ambulância é desinfetado com uma solução à base de hipoclorito, e depois com água corrente. Em casos em que há sangue ou qualquer tipo de fluído corporal, como vômitos ou secreções expostos no interior do veículo é preciso fazer a retirada do excesso desse material com um pano e, após essa etapa, é feita a utilização do hipoclorito e de incidin, que é um desinfetante hospitalar.
— Não tem sabão para que possamos higienizar as mãos. Lidamos com pacientes com alto grau de infecção, com doenças contagiosas e não temos como fazer a desinfecção. Também estamos sem papel toalha e sem hipoclorito para a limpeza diária do interior da ambulância. Chegou a água oxigenada (hipoclorito) mas o que é básico e necessário não veio. Estamos secando as mãos em um lençol. O incidin para lavar as ambulâncias após o uso do hipoclorito só tem um frasquinho pequeno.
O que diz o Samu:
O diretor-geral do Samu, médico Thyago Anzoli Coser, nega que falte este material.
— Não faltou material para limpar as ambulâncias em momento algum. Os veículos são limpos com incidin que é um desinfetante líquido concentrado para desinfecção dos veículos. Admito que faltou sabão em pó e sabão líquido, mas foi por poucos dias e não comprometeu o serviço ou a limpeza das ambulâncias. Os veículos não podem ser limpos com sabão ou detergente, apenas com material específico, principalmente, pela questão do sangue e da secreção. Usar sabão normal seria um risco e posso garantir que o produto específico para a limpeza não está em falta.
Familiar reclama de demora para remoção de paciente que teve alta hospitalar
Maria Gorete De Matos questionou a demora para que a ambulância do transporte de apoio levasse o pai dela do Hospital Virvi Ramos até em casa. Ela conta que ele tem sequelas provocadas por um AVC. O senhor Valdomiro Lima De Matos, 77 anos, teve alta hospitalar às 8h54min do dia 04 deste mês e só chegou em casa às 18h30.
— Nos informaram que o transporte de apoio já estava comunicado da alta hospitalar do meu pai e iam chegar a qualquer momento. Esperamos mais de 8horas. A demora não foi normal. Já esperamos cerca de três horas, mas todo esse tempo, não. Meu pai é um senhor, de 77 anos, que tem sonda nasal, traqueostomia e sonda vesical. É um absurdo e um descaso com os pacientes ficar esse tempo todo esperando, ressalta.
Coser justifica que o paciente transportando teria alta hospitalar e o transporte de apoio, que retornou à reponsabilidade do Samu, no dia 02 deste mês, foi comunicado e chegou até o local por volta das 15h:
— Precisamos fazer o deslocamento de um paciente para realizar cateterismo e por isso demorou um pouco mais o atendimento ao paciente que teve alta do hospital. Pela legislação nesses casos temos até 24h para realizar o transporte, nunca demoramos tanto tempo, mas como teve esse transporte para o procedimento e foi demorado a ambulância ficou livre por volta das 18h. A alta hospitalar era um transporte de rotina, não de urgência e então por uma questão de logística e também de prioridade a equipe acabou transportando o outro paciente.