O sentimento de apreensão entre moradores do distrito de Vila Oliva, interior de Caxias, e do município de São Francisco de Paula, é bastante comum em dias de instabilidade climática. Isso porque nos últimos dois anos, os dois locais vivenciaram experiências traumáticas após ventos fortes provocarem estragos em ambas as regiões.
Por isso, a sensação de alívio foi compartilhada na manhã de segunda-feira após a constatação de poucas avarias causadas pelo temporal que atingiu a Serra Gaúcha entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira.
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São Francisco de Paula foi mais prejudicada. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 25 residências sofreram avarias na cidade. Porém, nenhum dos casos foi considerado grave.
— Já distribuímos lonas e estamos cadastrando famílias para entregarmos telhas. Mas está tudo sob controle. Nada comparado ao que já vivemos — comenta o coordenador da Defesa Civil de São Francisco de Paula, Maurício Borges.
Já no distrito de Vila Oliva, que há poucos dias completou um ano desde que amanheceu coberta por escombros após ser atingida por tornado — que resultou em duas mortes, 115 pessoas desabrigadas e dezoito pessoas feridas —, apenas duas propriedades foram atingidas no temporal. Conforme a subprefeitura, os danos foram pequenos.
Ainda assim, para os moradores atingidos, o pânico só chegou ao fim quando os ventos cessaram sem causarem maiores danos. Por volta das 21h, o casal Darci e Élia Zanol, de 69 e 62 anos, se escondeu no banheiro da residência porque esperavam o pior. Em 2017, a casa deles foi uma das que ficou destruída após a passagem do tornado. Élia conta que as telhas de um dos galpões voou em direção ao outro e provocou estragos, mas a residência ficou intacta.
— O pior de tudo é o medo. O susto foi muito grande e quando começou o vento forte nós (ela e o marido) fomos para o banheiro e rezamos para que não acontecesse o mesmo do ano passado quando vidas foram perdidas. É um sentimento horrível esperar passar o vento e a chuva — desabava.
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