A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul visitou o Pronto-Atendimento 24 Horas e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Norte na tarde desta terça-feira. O presidente da comissão, vereador Renato Oliveira (PCdoB), acompanhado pelo vereador Rafael Bueno (PDT) e por assessores de demais parlamentares conversaram com pacientes e com a diretoria do Postão. A visita foi para esclarecer, principalmente, a demora no atendimento, a falta de pediatras aos finais de semana e a mudança no convênio entre o município e a clínica SOS, que atende a pacientes encaminhados pelos serviços de urgência.
De acordo com Renato, a Câmara tem recebido reclamações de pacientes que precisam do atendimento no Postão e têm de se deslocar com filhos pequenos, no clima típico de inverno, até a UPA.
— Precisamos esclarecer o que acontece com a saúde na nossa cidade. Por que tem superlotação no Postão, por que os pais precisam levar os filhos para a UPA em alguns horários aos finais de semana, por que faltam médicos nas UBSs? Temos de esclarecer essa situação e responder para a comunidade — afirmou.
Durante a visita, pacientes e até médicos relataram aos vereadores situações que tem enfrentado no dia-a-dia do Postão. Esse é o caso da pediatra Iara Cardoso.
— Falta pelo menos um terço dos pediatras do quadro. Muitos se aposentaram, outros foram exonerados e não há reposição. Eu estou de laudo e essa questão é preocupante porque estão sucateando o Postão. Esse sucateamento e a intenção de terceirizar os serviços começou lá atrás, mas agora está escancarado. Não tem pediatras e, na UPA, muitas crianças são atendidas por clínicos gerais, tendo de voltar ao Postão para serem atendidos por nós. Ao invés de equipar o Postão como um serviço de emergência e urgência qualificado, preferem sucatear para terceirizar — criticou.
Um dos médicos que preferiu não se identificar relatou que, em alguns casos, os pais são orientados a voltar na segunda-feira, caso não tenham como ir até a UPA, já que a linha de transporte coletivo que passa em frente ao Postão e leva à Zona Norte não funciona após as 23h.
Sobre a demora no atendimento, a professora Anirlei de Oliveira, 31 anos, reclamou que só foi chamada para atendimento quando os vereadores chegaram ao pronto-atendimento:
— Nós estávamos ali fora e, assim que vocês (vereadores) entraram, nos chamaram para a consulta. Acontece que aí nos atendem em cinco minutos, sem nem nos pedir exames. Apenas nos passam medicações, não resolvem o problema e nós continuamos doentes e com dor. Nos mandam tomar remédio e mal nos olham — desabafa.
A coordenadora de enfermagem Magda Beatriz Teles explica que, com a chegada do inverno, é normal aumentar a demanda no Postão:
— O frio aumenta o número de pacientes que nos procuram, principalmente, em função das doenças respiratórias. É normal nesses dias que tenha um número maior de pacientes aguardando consultas.
Após visitar o Pronto-Atendimento, os vereadores seguiram até a UPA da Zona Norte para supervisionar o serviço prestado à comunidade.
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