O plano de remoção dos pombos na área central de Caxias do Sul foi adiado pela prefeitura. Ainda que o Tribunal de Justiça (TJ-RS) tenha autorizado a administração municipal a retirar as aves de praças públicas em fevereiro deste ano, a Secretaria de Meio Ambiente (Semma) irá investir em ações de conscientização antes de apostar na transferência das aves para um pombal, na localidade de Apanhador, como estava previsto. A retirada das aves também foi divulgada pela gestão anterior, em 2014, e cancelada logo após. Segundo a diretora do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal, Marcelly de Souza Paes, a ação de conscientização deve iniciar ao longo do mês de maio. A remoção foi descartada provisoriamente em razão de a equipe acreditar ter retrabalho no futuro:
— Não adianta remover os pombos se a população continuar a alimentar os que ficam ali. Por isso, vamos apostar em uma campanha de conscientização e avaliaremos a necessidade da transferência.
Leia também:
Ciro Fabres: os caxienses e os pombos
Uma equipe da Semma irá percorrer praças e conversar com o público sobre não alimentar os bichos e a existência da lei para coibir a prática. Material informativo será distribuído por fiscais e outros integrantes da Semma para a população que circula pelas praças. A lei que multa pessoas que alimentam os pombos existe desde 2013. Dona Idiati Mondin, contumaz fornecedora de alimentos às aves na Praça Dante Alighieri, por exemplo, já recebeu seis notificações, sendo a última em 2015. Ao não pagar, a multa entra na dívida ativa do cidadão. A informação divulgada pela prefeitura é que, alimentadas pelos homens, as pombas procriam até seis vezes por ano. Quando isso não ocorre, o número cai para duas vezes ao ano.
A justificativa da prefeitura é de que o convívio próximo com esses animais pode trazer problemas de saúde à população. O assunto foi novamente debatido no mês de abril, na Câmara de Vereadores, em fala do vereador Adiló Didomênico (PTB). Ele afirmou que um homem morreu na cidade recentemente em virtude da criptococose, doença que seria transmitida pelas aves. A diretora do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal também afirma que ao menos três pessoas morreram na cidade nos últimos três anos em razão do problema e que uma restou acamada em decorrência do contato com as fezes dos animais. Marcelly afirma que a informação consta em laudos, e que as vítimas geralmente dão entrada em hospitais com problemas respiratórios. O Pioneiro não teve acesso aos laudos que comprovariam as mortes.