O autismo é um transtorno mental incurável, que pode causar problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum tipo de autismo.
É para alertar sobre a importância da detecção precoce, da necessidade de se informar e disseminar serviços relacionados ao tema que o Movimento Unidos pelo Autismo, o UniTea, surge na Serra. A liderança desta iniciativa é dos pais da Sophia, menina que foi diagnosticada com autismo aos 14 meses, quando sua família morava nos Estados Unidos. Os pais, Raquel e Daniel Ely — ela, consultora em Educação Inclusiva e especialista em Neurociências e ele, administrador de empresas — decidiram levantar a bandeira pela propagação de informações sobre o tema. Raquel, inclusive, especializou-se em Neurociências aplicada à linguagem e à aprendizagem, o que acabou ajudando na compreensão do transtorno e das dificuldades que Sophia enfrentou nestes cinco anos de vida.
— Nós entendemos que, como pais, temos papel importante nesse ecossistema de crianças com autismo. Nosso movimento começou há alguns anos, com o trabalho voluntário feito com outras mães de crianças autistas, usando material americano que, traduzido, foi compartilhado com os pais. Resolvemos oficializar o movimento no final de 2017 — explica Raquel.
Na noite desta quarta, o lançamento do projeto marca também a largada para o 1º Seminário sobre Autismo na Serra Gaúcha, que acontecerá em setembro. Não há mais vagas para o evento de hoje, que ocorre na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e terá palestra com Graciela Pitagnari, geneticista e diretora da TISMOO, primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado a análises genéticas com foco em transtornos como autismo. Porém, interessados em participar do evento de setembro poderão se informar no site do projeto (unitea.com.br). A ideia é fazer com que o autismo entre, definitivamente, em pauta, fornecendo ajuda à comunidade que, muitas vezes, sequer sabe que seus filhos sofrem do transtorno.
— Quando moramos nos Estados Unidos, 15 dias após o diagnóstico, uma equipe multidisciplinar fez uma avaliação mais ampla e aí, sim, pudemos iniciar a intervenção, que foi um treinamento que recebemos como família. A família tem um papel importantíssimo no desenvolvimento da criança, e pode trabalhar em parceria com toda a rede disponível — ensina Raquel.