Na esperança de encontrar qualquer vestígio que leve ao paradeiro da menina Nayara Soares Gomes, sete anos, grupos voluntários se formaram e ganharam força nas ruas de Caxias do Sul. Em períodos distintos do dia, dezenas de pessoas angustiadas com o desaparecimento da criança, que sumiu na última sexta-feira enquanto se deslocava até a escola, saem à procura da garota.
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A comoção em torno do caso chega a bairros distantes do local onde Nayara foi vista pela última vez, no bairro Esplanada. Moradores do Planalto, Cidade Nova, Fátima, além da região central, têm se deslocado até matagais da cidade em busca da menina. A onda de solidariedade, inclusive, é transmitida até mesmo por pessoas que residem em municípios vizinhos como, por exemplo, Bento Gonçalves, Farroupilha e Nova Petrópolis.
— Temos recebido apoio e ajuda de muitas pessoas. A mobilização é grande, já recebemos recados de gente que mora em cidades ao redor de Caxias dizendo que estão atentos também. É uma união de forças para encontrar ela. A Nayara precisa voltar, precisa aparecer logo — confia Adrieli Gomes, prima da menina e que na tarde de ontem fixava cartazes por diversos pontos de Caxias.
Nas redes sociais, pessoas estão mobilizadas por meio de grupos no WhatsApp e no Facebook. É através dessas plataformas que as ações de busca e outras mobilizações são articuladas. Não há confirmação de quantos são os membros oficiais interligados via internet: somente no grupo "Corrente do bem volta Nayara Soares Gomes", no Facebook, mais de mil pessoas compartilham informações e organizam atos.
Foi em um desses contatos que a moradora do loteamento Adamatti, Suelen Bonetti dos Reis, 34 anos, decidiu também ajudar na localização da Nayara. Na tarde desta quarta-feira, cerca de 10 pessoas se encontraram em frente a um mercado no bairro Esplanada e seguiram para uma varredura em áreas verdes em vários pontos da zona sul da cidade.
— Eu tenho dois filhos e era praticamente impossível ficar em casa sem fazer nada para encontrar a menina. Não a conheço e nem a sua família, mas me juntei com o grupo para ajudar. Conheço a região onde moro, sei de matagais, enfim, nessas horas qualquer ajuda verdadeira tem seu valor — conta ela.
Segundo familiares, uma grande quantidade de cartazes foi espalhada pela cidade, sendo fixados em postes e paradas de ônibus. Caso todo o esforço permaneça sem resultado, a ideia é organizar uma caminhada na Praça Dante Alighieri, no sábado.