Três escolas de samba de Caxias anunciaram programação para o Carnaval: Incríveis do Ritmo, Filhos de Jardel e Protegidos da Princesa. No domingo, dia 18, a partir das 16h, a Incríveis do Ritmo realiza celebração na Rua Luiz Francescutti, no bairro Pioneiro. Já no dia 17, a Filhos de Jardel promove atividade semelhante na Rua Assis Brasil, no bairro Jardelino Ramos.
A Protegidos da Princesa optou pelo antigo formato de festa fechada e realiza no próximo sábado, a celebração no Clube Gaúcho (Rua São José, 2.195, no bairro Pio X).
A integrante da diretoria da Protegidos, Maria Aparecida Batista Rodrigues, lamenta a forma como o evento acabou sendo realizado e, principalmente, os impactos que o cancelamento do Carnaval de rua teve nas comunidades.
— A gente sabe que esse discurso do prefeito, de que usaria o dinheiro do evento para investir em outras áreas, não faz sentido, porque cada setor tem seu orçamento. É um discurso de uma pessoa que simplesmente não gosta do Carnaval — comenta.
Ainda assim, segundo ela, a própria organização dos últimos carnavais deram margem à imagem ruim tida por parte da população:
— Uma vez, tínhamos de apresentar notas para validar os cachês que eram pagos. Após mudar o formato para premiações, a comunidade deixou de ter clareza de onde o dinheiro era investido e começou a desconfiar que algumas pessoas embolsavam esses valores. Isso prejudicou a imagem do Carnaval e também piorou a qualidade dos desfiles. Toda essa somatória acabou gerando essa marginalização que sofremos — acrescenta.
Para o último diretor do Carnaval de Rua de Caxias, Elvino Santos, a perda de representatividade das escolas de samba força um momento de reflexão para as agremiações.
— Com a retirada do apoio do poder público, as escolas precisam buscar autonomia e se articular financeiramente. Até quando essas agremiações esperarão pelo poder público? É um questionamento pertinente. O nosso Carnaval precisa de uma reformulação. Cada gestor público tem sua visão e não podemos ficar à mercê disso para realizarmos a nossa festa — comenta.
Por outro lado, de acordo com Maria Aparecida Batista, a mudança forçada colaborou com a união das escolas, o que, segundo ela, anteriormente não existia. A esperança agora, ressalta, é poder fortalecer o movimento para retomada dos desfiles já em 2019.
— As comunidades dependem disso. É o momento em que as famílias esquecem seus problemas e veem seus netos e seus avós desfilando. É geração de emprego para a periferia e é quando descobrimos artistas talentosos e anônimos em nossos bairros — conclui.