Era final da tarde desta quinta-feira, quando os moradores do bairro Monte Carmelo, Daniel dos Santos Rodrigues e Gisele Silva, chegavam sorridentes à sede do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) de Caxias carregando ao colo a filha Raiany Luiza Silva Rodrigues, 21 dias. No local, eles foram recepcionados pela sargento Daniele das Neves Jardim e o soldado Émerson Rodrigues Pereira, policiais que salvaram a vida da criança na manhã do dia 7 de fevereiro.
No reencontro, o casal agradeceu o gesto dos servidores, com quem, em meio ao alívio e a emoção relembraram do fato.
Era por volta das 6h30min da manhã de quarta-feira de um dia até então normal quando a sargento Daniele das Neves Jardim e o soldado Émerson Rodrigues Pereira avistaram um veículo desconhecido entrando em alta velocidade no estacionamento do quartel, no bairro Kayser.
— Eu estava chegando de moto e esse carro quase me atropelou na passagem. Tomei um susto. Daí, vi duas pessoas saindo do veículo e pedindo socorro — comenta Émerson.
Próximo da entrada do batalhão, a sargento também ficou a apreensiva com a situação:
— Eu só uma mulher com uma criança no colo gritando "socorro, socorro, a minha filha tá se afogando, ela não está respirando" — comenta.
A policial relata que a menina — na ocasião com apenas 13 dias de vida — já apresentava pele com coloração azulada quando a pegou do colo da mãe, Gisele Silva. Naquele momento, ela abriu a boca da criança para confirmar a asfixia e realizou a chamada manobra de Heimlich, técnica universal recomendada para situações de obstrução respiratória. Com a ação, o bebê foi salvo e levado para o Hospital Pompéia no próprio carro dos pais da criança.
— A sargento conseguiu recuperar os sentidos dela, mas notamos que ela estava com dificuldades de respirar, então ajudamos eles (os pais) a levarem o bebê para o hospital, enquanto eu ia atrás cuidando dela — descreve o soldado Émerson.
Oito dias após o ocorrido, os pais de Raiany, Gisele da Silva e Daniel dos Santos Rodrigues, foram novamente até o 12º BPM, mas dessa vez, para agradecer o gesto dos policiais.
— Foram as decisões mais certas possíveis. Moramos no Monte Carmelo, percebemos que ela estava se afogando com o próprio vômito, mesmo estando deitada de lado. Tentei fazer os primeiros-socorros, mas não teve resultado. Decidimos levar no hospital e a minha esposa falou para virmos na brigada, que era mais perto. E foi aí que tudo aconteceu — comenta Daniel, que relata ter chegado sem camiseta e de pés descalços quando buscou ajuda no batalhão.
Emocionada, a mãe reafirmou que os 30 minutos de tensão daquele dia hoje são vistos com alívio.
— Não gosto nem de lembrar. É muito bom ver essa cena (da policial segurando Raiany no colo) — comentou Gisele.
CUIDADOS
O Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria atenta para medidas que podem ser tomadas em caso da necessidade de atendimento emergencial a crianças em casos de engasgamento. Na situação de a pessoa presente visualizar o material que tranca a garganta da criança, a recomendação é de que a remoção seja feita de maneira extremamente cuidadosa para evitar lesões ou empurrar ainda mais o objeto.
Confira as orientações:
:: Crianças maiores de um ano: Compressão abaixo das costelas, com sentido para cima, abraçando a criança por trás, até que o material seja deslocado da via aérea para a boca e expelido.
:: Crianças menores de um ano: Cinco batidinhas com a mão na região das costas, com a criança com a cabeça virada para baixo, seguida de 5 compressões na frente, até que o objeto seja expelido ou a criança torne-se responsiva e reaja.
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