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Assistência social

Casa de Passagem Carlos Miguel, em Caxias do Sul, terá redução de vagas

Nova gestão promete oferecer atividades de qualificação para acolhidos

Pioneiro

Felipe Nyland / Agencia RBS

A experiência de quase nove anos adquirida pela Associação Mão Amiga em causas sociais é a esperança para a melhoria no serviço de acolhimento a pessoas em situação de rua em Caxias. A partir de amanhã, a entidade dos freis capuchinhos será a responsável pela administração da Casa de Passagem Carlos Miguel, no bairro Fátima. Por meio de convênio de parceria com a Fundação de Assistência Social (FAS), a entidade assume os trabalhos com acréscimo no número de servidores: serão 22 funcionários, oito a mais do que a equipe atual. Por outro lado, a casa reduz a oferta de vagas de acolhimento: com capacidade para até 50 pessoas, passarão a ser aceitas, no máximo, 40 usuários (35 homens e cinco mulheres).

A diminuição tem relação com um termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado entre a FAS e o Ministério Público. Ainda assim, de acordo com a presidente da FAS, Rosana Menegotto, o reforço na equipe de trabalho e a limitação do número de acolhidos deve resultar na qualificação dos atendimentos.

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— Dificilmente se tem 50 pessoas dentro da Carlos Miguel. É uma casa de passagem, diferente de abrigo, onde as pessoas ficam. Depende muito do dia e da situação, mas raramente atingimos a lotação máxima. Agora, com o número reduzido de usuários e com uma equipe maior deve haver melhorias nos serviços — comenta.

Apesar da restrição de vagas, ela ressalta que outros mecanismos estão sendo avaliados para aumentar a oferta para acolhimento de pessoas em situação de rua, sendo a principal delas, o aumento de vagas na Casa de Acolhida São Francisco de Assis:

— A (Casa) São Francisco deve apresentar hoje (quarta-feira) a proposta de aumento de 34 para 50 (vagas). Caso seja verificado que não é viável essa ampliação, vamos fazer um novo chamamento para mais uma casa de passagem. Pretendemos definir isso até o inverno — complementa Rosana.

A diminuição da oferta resultará também no decréscimo do valor que seria investido inicialmente. Embora estivesse previsto orçamento de cerca de R$ 1,4 milhão por ano, os custos atualmente estão estimados em R$ 1,2 milhão. 

Para efetivar a transição da gestão, haverá total remanejo dos funcionários que atuam na casa de passagem para outros locais mantidos pela FAS.

Público

A Casa de Passagem Carlos Miguel oferta abrigo temporário, alimentação e higienização à população em situação de rua e migrantes. 

Em busca de harmonia e qualificação

Recentemente o Pioneiro publicou uma matéria na qual servidores da Carlos Miguel reclamavam das condições de trabalho e da relação estabelecida com a atual diretoria da FAS. A autarquia, por sua vez, rebateu que as pessoas em situação de rua estariam insatisfeitos com o atendimento que recebem da Casa. 

Agora, com a mudança de gestão do serviço e a transferência dos servidores, a expectativa é de que o próprio ambiente possa ser melhorado.

— Os funcionários puderam escolher os lugares que gostariam de trabalhar. Sabemos do alto nível de estresse que a alta complexidade gera. Portanto, acredito que a partir de agora, que eles têm oportunidade de outro trabalho sem a exigência que se tinha lá, vão acabar se sentindo melhor — comenta Rosana Menegotto.

Com os remanejos, a ideia é também, segundo ela, reforçar a baixa e a média complexidade.

— Com esses servidores atuando em outros locais poderemos fortalecer a média e a baixa complexidade, que estão enfraquecidas hoje, pois dedicamos muita atenção à alta complexidade, que nos exige muito. A falta de atuação em cima disso (da alta complexidade) é o que aumenta o número de pessoas em situação de vulnerabilidade e risco — complementa.

Apesar das dificuldades atrelada ao atendimento na alta complexidade citadas por Rosana, as expectativas são otimistas para a nova coordenação da Carlos Miguel, .

— Nosso projeto é audacioso, pois pretendemos alcançar o que muitas vezes o poder público não consegue devido à falta de efetivo. Sabemos do desafio, mas estamos tranquilos em assumir — garante a nova coordenadora da casa, Maria de Lurdes Grison.

Ela explica ainda que o atendimento deve se assimilar ao que é atualmente desenvolvido na Casa São Francisco:

— Queremos dar continuidade (ao que é feito na São Francisco), ocupando os usuários que permanecem acolhidos durante o dia com oficinas como informática, jardinagem, música e até  atividades voltadas à espiritualidade — conclui.

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