Tão tradicionais quanto a queima de fogos durante o Réveillon são os acidentes devido ao manuseio incorreto de foguetes e rojões. Embora existam casos de falhas nesses materiais, na maioria dos casos, a falta de cuidado é o fator causador de ferimentos que estragam momentos de celebração das famílias.
De acordo com especialistas, as dicas são relativamente simples e se baseiam em dois princípios: garantir que haja uma pessoa dedicada ao procedimento que não esteja com os sentidos alterados pelo consumo de álcool e seguir todas as orientações e especificidades previstas para cada tipo de artefato.
— A prudência é quase a mesma que se recomenda para o trânsito. Neste caso, podemos alertar "se beber, não estoure fogos". A euforia causada pelo momento e pelo álcool normalmente faz com que a pessoa se distraia e solte quase "instintivamente" os fogos. Pelo menos 90% dos casos de acidentes ocorrem por negligência de quem solta — comenta Marcos Antônio Bagatini, que é blaster (especialista em fogos) e sócio da Samburá Caça e Pesca.
Para garantir a queima de fogos com segurança, segundo ele, é necessário que os responsáveis pelo acendimento dos pavios esclareçam todas as dúvidas ainda no momento da compra:
— Há orientações básicas referentes a todos os tipos de fogos, como mirar sempre reto para cima e manter um raio de distância seguro entre pessoas, prédios e casas. Raramente os acidentes ocorrem devido a falhas dos materiais, porque eles se tornaram cada vez mais qualificados e, desde o incêndio da boate Kiss, a fiscalização a estabelecimentos e equipamentos clandestinos se tornou bastante rígida — complementa.
Confira abaixo algumas dicas para cada tipo de equipamento:
FOGUETE DE MÃO
— Características: é o tipo mais comum, normalmente é solto manualmente. Há a opção de tiro ou colorido.
— Cuidados: mirar sempre reto para cima (nunca inclinado) e garantir que o lado correto esteja direcionado para o alto. Acender sempre o pavio do encaixe superior, manter distância segura de pessoas (pelo menos 10 metros), e não deixar o resto do material jogado, à disposição para manuseio de outras pessoas, mesmo após o uso.
— Dicas: ao invés de segurar na mão, é recomendado o encaixe em um cano PVC que esteja fixado em algum ponto e que permita que o foguete esteja mirado reto para o alto;
FOGUETE / ROJÃO DE VARA
— Características: tiro ou colorido _ única unidade. É o artefato mais barato por ser vendido por unidade. Acompanha suporte. Há a opção de tiro ou colorido
— Cuidados: mirar sempre reto para cima; garantir que o suporte esteja em um local plano e onde não possa ser derrubado com o vento; manter distância segura de pessoas.
BATERIAS COLORIDAS
— Características: um caixa com isolamento guarda os explosivos. Possuem preços variados conforme a durabilidade dos fogos, há opções desde 20 segundos até quatro minutos. O pavio é dividido em duas partes. Há a opção de tiro ou colorido.
— Cuidados: garantir que o pavio seja acesso na ponta (não tentar abreviar partindo direto para a segunda fita) _ todo o processo de queima demora em torno de 25 segundos até a explosão, ter um raio de distância seguro de pelo menos 30 metros de pessoas, casas ou prédios, não soltar em locais públicos, aguardar pelo menos 15 minutos para se aproximar do material após a explosão e utilizar baldes com água ou mangueira para apagar quaisquer possíveis resquícios de explosivos não queimados.
— Dicas: em caso de chuva ou umidade a orientação é de que seja colocado um saco de lixo em cima da caixa para não deixar a umidade afetar o pavio (o plástico é queimado junto à explosão).
KIT MORTEIROS
— Características: o mais complexo dos fogos, o material depende de manuseio de pessoas experientes com esse tipo de explosivo, porém, há dificuldade de encontrar profissionais disponíveis para festas de final de ano. O material contém quatro unidades, cujo bocal varia de duas a quatro polegadas. Geralmente utilizado em grandes eventos por possuir efeito visual mais chamativo.
— Cuidados: garantir um distanciamento seguro das pessoas (raio de, pelo metros, 50 metros), não soltar em locais públicos, aguardar pelo menos 15 minutos para se aproximar do material após a explosão e utilizar baldes com água ou mangueira para apagar quaisquer possíveis resquícios de explosivos não queimados, não aproximar o rosto sob qualquer circunstância após acendimento do pavio. O pavio é dividido em duas partes: a primeira a ser acesa leva em torno de 20 segundos para queimar, e a segunda, menos de 10 segundos. Portanto, a orientação é não se aproximar para conferir possível falha no acendimento.
— Dicas: colocar fita crepe atravessada nos bocais para conseguir visualizar à distância um possível foguete que não estourou; elaborar uma proteção lateral para garantir que os fogos não caiam no momento da primeira explosão. Outra dica é colocar estacas e cercar de arame ao redor do espaço onde haverá o lançamento.
Para todos os tipos
Não deixar o resto do material jogado, à disposição para manuseio de outras pessoas, mesmo após o uso e descartar o material após o uso e lugar seguro.