Protetoras de animais de Caxias do Sul protestaram, na manhã desta terça-feira, em frente à prefeitura. Elas pediram a retomada urgente do serviço de castrações de cães e gatos, que foi suspenso em março deste ano. As manifestantes também tentaram conversar com o prefeito Daniel Guerra (PRB), mas não foram recebidas. Antes disso, o grupo ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores e pediu apoio para defender a causa. Segundo as protetoras, 30 ninhadas de animais são abandonadas por dias nas ruas da cidade.
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– Cães e gatos não são lixo urbano. Além de conscientizar a população, é preciso que estes animais, que vivem em situação de vulnerabilidade, sejam castrados. Não podemos aceitar que filhotes sejam simplesmente descartados sem que as autoridades façam algo. Queremos a volta urgente das mais de 700 castrações mensais – diz Paula Terres.
Antes mesmo do protesto ocorrer, a prefeitura divulgou à imprensa o lançamento do edital de licitação para a contratação de uma empresa que prestará os serviços de esterilização cirúrgica (castração) e identificação de microchipagem em cães e gatos no município.
As empresas interessadas em concorrer terão até o dia 27 de agosto para reunir a documentação necessária. A partir disso, os documentos serão analisados e a empresa selecionada deve ser divulgada no início de setembro. Portanto, o serviço deve voltar a atender a população entre a segunda quinzena de setembro e a primeira de outubro.
Novos cadastros precisarão ter comprovação de vulnerabilidade
Conforme a prefeitura, o novo programa de castrações prevê que a cirurgia seja feita em animais que vivam em vulnerabilidade social. A ideia é obter o controle populacional de cães e gatos de forma mais rápida e efetiva. Para isso, as famílias contempladas precisarão estar vinculadas ao cadastro único ou a algum programa da Fundação de Assistência Social (FAS).
Para as protetoras independentes e também integrantes de organizações não governamentais (ONGs), que defendem a causa animal, a mudança no cadastro preocupa já que cães e gatos de rua, obviamente, não possuem tutores para representá-los.
– Então, animais que vivem abandonados nas ruas não serão castrados? Eles são as maiores vítimas do descaso deste governo. Queremos que as protetoras, que recolhem e abrigam cães e gatos em suas casas possam solicitar a castração para eles. Nós somos responsáveis pelos animais que recolhemos e queremos apoio para que eles sejam atendidos também. Nossa luta é completamente voluntária, é por amor aos bichos, e precisamos de apoio – ressalta Tatiana Furlan, protetora independente e médica.
Os animais castrados por meio do convênio serão identificados com a aplicação de microchips eletrônicos e registrados em banco de dados. O contrato estipulado no novo edital terá duração de um ano e determina a realização mensal de pelo menos 340 esterilizações cirúrgicas e microchipagens, o que corresponde a 85% da meta de procedimentos por mês.