Quase sete meses depois da conclusão das obras, os 420 apartamentos do conjunto habitacional Rota Nova, em Caxias do Sul, finalmente foram entregues nesta sexta sexta-feira. Prevista inicialmente para o primeiro semestre deste ano, a entrega oficial ocorreu numa cerimônia com a presença do ministro das Cidades, Bruno Araújo, e do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, juntamente com a senadora Ana Amélia Lemos, representantes da Caixa Econômica Federal, além do prefeito Daniel Guerra, secretários municipais e demais autoridades. As novas moradias integram o projeto de reassentamento das famílias que moravam em áreas de ocupação às margens da Rota do Sol.
– É um momento de muita alegria e comemoração. Entregamos um residencial de qualidade, representando que todos os envolvidos trabalharam com muito amor e dedicação para realizar o sonho destas famílias. Isso mostra que o programa Minha Casa, Minha Vida está de pé. Caxias está de parabéns – comemora o ministro Bruno Araújo.
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As chaves dos imóveis, conforme informações da Secretaria Municipal da Habitação, deve ocorrer de forma gradativa, já que é inviável realizar a mudança de todos os moradores no mesmo momento. A expectativa é de que até o final de setembro todos já estejam realocados nos novos apartamentos.
Entre os contemplados, está a família de Julciele Nunes Duarte, 30 anos, que foi escolhida pela organização da solenidade para representar os demais moradores. Após 10 anos vivendo numa casa de madeira no Cidade Industrial, ela e os três filhos, Kétlin, 15, Diogo, nove, e Júlia, seis, devem se mudar já na próxima semana para um dos apartamentos do Rota Nova. Com um filho cadeirante, a mulher comemora a entrega do loteamento.
– A gente está bem feliz, porque aqui teremos mais segurança e qualidade. Estou ansiosa e torcendo que esta mudança também represente o começo de uma nova vida para meus filhos. Eles estão contentes demais – confia ela.
– A estrada era muito perigosa de atravessar. Eu sempre tinha medo de ser atropelada. Aqui é bem legal – completa a pequena Júlia Duarte Baldissera, filha mais nova de Julciele.
O processo de transferência inicia a partir da próxima segunda-feira, quando famílias do bairro Cidade Industrial serão as primeiras a se mudarem, já que vivem num trecho perigoso, elencado como prioridade. Em seguida, moradores do Santa Fé também serão transferidos. Ao todo, cerca de 1,2 mil pessoas foram contempladas pelo programa "Minha Casa, Minha Vida", por intermédio da Caixa Econômica Federal. Todo o projeto é orçado em cerca de R$ 50 milhões, com recursos do governo federal e contrapartida da prefeitura.
No momento em que as atuais moradias forem desocupadas, equipes da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Smosp) farão a demolição das casas, construídas há anos em terrenos invadidos. As áreas pertencem ao Estado. Segundo o secretário municipal de Habitação, Elisandro Fiuza, as famílias terão um mês para ocuparem os apartamentos do residencial: quem não se mudar dentro desse prazo, perderá o imóvel.
Muito satisfeito com o que viu na visita ao Rota Nova, o ministro Bruno Araújo fez uma promessa:
– Vendo um empreendimento deste patamar, certamente levarei boas impressões daqui e pretendo voltar na entrega de futuros loteamentos populares em Caxias. Vamos tentar viabilizar isso juntamente com a Caixa Federal e a prefeitura – finaliza.
Condomínio num endereço regularizado
Um grupo de moradores foi escolhido para representar todas as famílias que vão residir no Rota Nova. Estes líderes, definidos pelos próprios moradores, visitaram diversas torres do loteamento Campos da Serra, outro empreendimento popular construído em Caxias, e optaram por uma administradora particular para terem um condomínio de qualidade. Inclusive, numa reunião realizada há meses, as famílias decidiram fazer melhorias na estrutura do Rota Nova: foram instaladas câmeras de segurança, interfones e outros equipamentos eletrônicos para garantir a segurança dos moradores.
Os custos com as reformas foram custeados pelos donos dos apartamentos, que já pagaram uma taxa de pré-ocupação de R$ 300 cada um. A partir de setembro, quando inicia o processo de mudança, as famílias vão começar a pagar R$ 100 de condomínio por mês, valor que foi definido junto com a administradora dos 21 blocos construídos no loteamento.