Camila Freitas
Faltando poucas semanas para o início da Semana Municipal de Turismo de Caxias do Sul, as ações de fomento no setor seguem a passos lentos. A última obra de infraestrutura a receber recursos federais foi a do Centro de Informações Turísticas (CAT) da Praça Dante Alighieri, finalizado em 2013. Daquele ano até agora, nenhum projeto da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) foi apreciado pelo Ministério do Turismo. Segundo levantamento realizado pelo Pioneiro, a solicitação mais recente de repasse de verbas foi enviada a Brasília em março deste ano. A proposta destina-se à captação de R$ 400 mil para reformar a Casa do Administrador, localizada no Largo da Antiga Estação Férrea.
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Enquanto Caxias espera a avaliação de apenas uma proposta, as vizinhas Bento Gonçalves e Gramado, cidades que abocanham boa parte dos turistas que chegam à Serra, correm para disputar a sua fatia no orçamento federal. Desde o início do ano, Gramado já encaminhou 11 projetos relativos a infraestrutura, sendo que dois deles já foram aprovados pelo ministério. Em Bento, os últimos repasses, no valor de de R$ 243 mil, foram utilizados para a revitalização da Casa do Vinho, inaugurada este ano, e para a urbanização do entorno da Rua Coberta.
Se para o empresariado não faltam projetos e iniciativa, no lado da prefeitura o principal entrave é a redução de verbas. Este ano, houve uma redução de 34,3% no orçamento destinado ao segmento. A própria falta de dinheiro e de infraestrutura teria levado ao fechamento de dois centros de informações turísticas nos distritos de Vila Cristina e Criúva. Neste último, por exemplo, está localizado o Cânion Palanquinho, uma joia natural cuja fenda tem entre 25 e 30 metros de largura e profundidade de 82 metros.
A fim de superar a crise e atrair visitantes, a aposta da atual gestão está em redescobrir não só as potencialidades do município, mas em estimular o interesse dos próprios caxienses pelo turismo local.
– É perceptível que houve uma queda, principalmente no turismo de negócios. Isso se deve, entre outros fatores, à recessão na indústria metalmecânica. Só que a gente observa que ainda há espaço para crescer em hospitalidade, por exemplo. A nossa ideia é conscientizar a população a olhar para dentro, notar a cidade e seus atrativos – afirma a secretária de Turismo, Renata Carraro, sem detalhar porque a cidade não disputa mais verbas da União em uma época de tanta necessidade.
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