Cinco meses depois da aprovação da proposta de extinção da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) pela Assembleia Legislativa, o futuro das unidades da fundação na Serra ainda é incerto. As informações são da Gaúcha Serra.
Na região, são três as áreas remanescentes da antiga Fepagro, localizadas em Vacaria, Caxias do Sul, no distrito de Fazenda Souza, e em Veranópolis. De acordo com o diretor do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria de Agricultura do Estado, Adoralvo Schio, as unidades da Serra continuam com as mesmas atividades que possuíam antes da extinção da fundação.
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Schio era o diretor da Fepagro e passou a comandar o departamento responsável pela administração das unidades. De acordo com ele, das 20 áreas da fundação, seis foram extintas em todo o Rio Grande do Sul e 14 continuam em atividade.
O diretor explica que o departamento ainda está em processo de transição e, por isso, não há certeza sobre o futuro das unidades. Uma das possibilidades estudadas para viabilizar pesquisas no setor agropecuário é a formação de parcerias com entidades privadas.
De qualquer forma, Schio diz que o objetivo é que ocorram apenas alterações técnicas e de aperfeiçoamento de pesquisas nas unidades dos municípios serranos. Segundo ele, a intenção do departamento é realizar, a partir do segundo semestre deste ano, reuniões para ouvir demandas das comunidades envolvidas.
Atualmente, na unidade da extinta Fepagro de Veranópolis, são desenvolvidas pesquisas com variedades como soja, milho, feijão, maçã, pêssego e outras culturas. A área que abrange o departamento chega a 200 hectares de extensão. O secretário de governo da cidade, Márcio Francisco Primieri, conta que não estão programadas mudanças no departamento de Veranópolis. A equipe que trabalha no local, desenvolvendo pesquisas e cultivando na propriedade, continuará sendo a mesma. O secretário também comenta que a prefeitura inclusive irá disponibilizar um servidor a mais para a unidade do município.
Na área de Vacaria, são desenvolvidas pesquisas com milho e trigo. A unidade é a mais antiga do Estado e possuía originalmente 348 hectares de extensão. Conforme o secretário de Desenvolvimento, Tecnologia, Trabalho e Turismo do município, Mário Luis Lourencetti Almeida, desse total, 60 hectares já são usados pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), 21 pela a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e três hectares pelo município. O restante, 264 hectares, está sob domínio do Estado. A prefeitura está interessada em aquirir 100 hectares dos que restam, para expandir o Distrito Industrial III de Vacaria, sendo que, destes, 30 hectares seriam destinados a uma empresa de biodiesel. De acordo com o diretor Schio, o processo relativo à possível cedência da área está em tramitação e não há garantia de que o terreno será de fato repassado ao município.
Em Caxias do Sul, as principais atividades na área de pesquisa estão ligadas ao cultivo de uvas e hortaliças. Hoje, cerca de 20 experimentos de campo são realizados na unidade de Fazenda Souza. Segundo o responsável local do departamento de pesquisa, André Samuel Strassburger, os serviços que são oferecidos em parceria com entidades como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS) também vão continuar normalmente. No local, ocorrem capacitações na área agrícola para a comunidade e produção de alimentos.