Frequentadores da Lagoa do Rizzo, um dos cartões postais da zona sul de Caxias do Sul, andam preocupados com a situação dos animais que vivem no espaço. Patos, adultos e filhotes, estariam sendo furtados, e peixes nativos, como lambaris e traíras, pescados de forma ilegal. A situação vem ocorrendo há quase três meses. Moradores afirmam que já tentaram contato com a prefeitura e com órgãos de segurança, como Brigada Militar (BM) e a Patrulha Ambiental (Patram), para encontrar uma solução para o problema.
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O aposentado Miguel Matias, 74 anos, é morador do Desvio Rizzo há mais de 20 anos e, pelas ruas, é conhecido por ser um dos cuidadores mais ferrenho dos patos e marrecas. Ele acorda diariamente às 6h e, logo cedo, caminha até a Lagoa do Rizzo para, com pão e milho torrado, alimentar os mais de 50 bichos que vivem lá. Há pelo menos um mês, diz que está triste com o sumiço de uma das patas e de pelo menos seis filhotes. Matias ainda diz que não é difícil passear ao redor do espaço e encontrar somente as cascas dos ovos das aves pelo chão.
–Sabemos que os ovos alguém pega para comer ou vender, mas agora começaram a roubar os patos. Eles não fazem mal a ninguém e ainda embelezam o lugar. Essa pata que sumiu ainda deixou cinco filhotinhos órfãos, que agora ficam sozinhos de lá para cá– lamenta.
Matias também reclama do número e da falta de cuidado dos pescadores que frequentam a lagoa, principalmente nos finais de tarde. O aposentado diz que cansou de ver patos enrolados em anzóis e tartarugas mortas envoltas em redes de pesca. A tristeza é compartilhada por Nilson Marques, 70, que caminha diariamente ao redor da lagoa.
–Não sei nem se é permitido pescar nesse lugar. Os pescadores chegam a matar os animais na calçada, perto das crianças. Alguém deveria fiscalizar. Daqui a pouco, esse lugar não vai mais ser bonito assim –diz Marques.
Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) informa que a pesca de carpas é permitida na Lagoa do Rizzo o ano todo. Peixes nativos, como lambaris e traíras, também podem ser recolhidos, exceto no período entre outubro e janeiro, época de reprodução dos animais. Mas a secretaria alerta que redes e tarrafas não podem ser jogadas na água.
Sobre o sumiço dos patos e a morte dos peixes nas calçadas, a Semma garante que não recebeu um grande número de denúncias que justificassem um monitoramento por uma equipe da prefeitura.