Espérance, em francês – uma das línguas oficiais do Haiti – significa, em português, esperança. E é este o sentimento da vendedora autônoma haitiana Monette Esperance, 28 anos, moradora de Caxias do Sul, na Serra, que está prestes a realizar um sonho. Faltam cerca de R$ 1 mil para chegar aos R$ 22 mil necessários para que ela possa trazer os filhos mais velhos, Djodjy, dez anos, Adjy, oito anos, e Betchnailie, seis anos, para viver com ela no Brasil.
Em busca de uma vida melhor, o marido dela, Jean Bermann Jean, veio para o Brasil em 2012. Porém, no mesmo ano, ele faleceu de câncer em Manaus. Então, em 2013, Monette deixou os filhos aos cuidados de sua mãe e veio para o Brasil, em busca do sustento da família. Já morando aqui, teve Monalisa, sua quarta filha, que vive com ela.
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Doações
Conforme um levantamento feito pelo Fórum Permanente de Mobilidade Humana do Rio Grande do Sul, cerca de 14 mil migrantes vivem no Estado – boa parte, em Caxias. A maioria vem do Haiti, na América Central, e do Senegal, no continente africano.
Depois de vencer um dos mais difíceis desafios para estrangeiros – a língua portuguesa –, Monette procurou o Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias do Sul em 2015 em busca de ajuda. A entidade a auxiliou na criação de uma campanha na internet chamada "Os filhos de Esperance", a fim de arrecadar dinheiro para custear a viagem dela para o Haiti e as passagens, os passaportes e os vistos das crianças.
No site de contribuição coletiva Vakinha, o projeto foi lançado em 21 de novembro de 2016 e até a manhã desta quarta-feira, já tinha arrecadado R$ 21.160.
– Eu falo com as crianças todos os dias pelo WhatsApp, eles pedem o tempo todo para eu ir buscar eles – conta Monette.
Estudos no Brasil
A coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias do Sul, irmã Maria do Carmo dos Santos Gonçalves, relata que uma equipe das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas, às quais o centro é vinculado, foi à casa da avó das crianças no Haiti para checar a situação delas.
– A avó está doente, sem condições de cuidá-las. A Monette se esforça para enviar dinheiro, pelo menos, para alimentação das crianças, mas ela ganha muito pouco com as vendas. Eles sofrem bastante, temos medo que, se não vierem logo, possam acabar morando na rua – explica a irmã.
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Além de ficar perto da mãe, o esforço tem outros dois motivos muito especiais. Djodjy, Adjy e Betchnailie nunca foram para a escola e também não conhecem a irmãzinha mais nova, Monalisa, um ano e oito meses.
– Fizemos bastante divulgação para levantar o valor o mais rápido possível, porque a ideia é trazê-los antes de começar o ano letivo, para que eles possam começar a estudar – diz a irmã Maria do Carmo.
Sua solidariedade pode ajudar
Saiba mais pelo Facebook: facebook.com/osfilhosdeesperance/?fref=ts
Para doar pelo Vakinha, acesse: vakinha.com.br/vaquinha/os-filhos-de-esperance
Telefone do Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias do Sul: (54) 3027-3360
Produção: Shállon Teobaldo