Com os dias mais quentes, a tendência é de mais aglomeração de jovens no entorno de bares, boates e lojas de conveniência. Antecipando o crescimento das reclamações sobre som alto e baderna, a Brigada Militar (BM) de Caxias do Sul deflagrou a Operação Desassossego, que adota uma estratégia diferente: policiais à paisana irão monitorar os pontos de encontro e identificar infratores. Se necessário, o policiamento de rua será acionado para abordagens.
Leia mais
Perimetral Norte vira palco de racha, som alto e sujeira em Caxias do Sul
Não há lugar para ouvir som alto em Caxias do Sul
A primeira investida na noite desta sexta-feira foi uma forma de alerta. A força-tarefa contou com 65 agentes e causou desconforto entre frequentadores da Rua Sinimbu, proximidades da Fruteira Barcelona, em Lourdes. A notícia da "polícia nas ruas" chegou até outros locais conhecidos por confusões, o que acabou dispersando as turmas.
Contudo, o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) afirma que as próximas ações serão pontuais para separar os baderneiros de quem realmente aproveita o momento de lazer de forma tranquila.
– O objetivo não é afastar os jovens (das ruas). O intuito é evitar os excessos, principalmente, na questão de som alto e veículos alterados ou adulterados, como motocicletas com descarga aberta. Iremos cada vez capacitar mais nossas ações de inteligência, para estarmos presentes com uma estrutura mínima e foco na ação preventiva – garante o major Jorge Emerson Ribas.
A estratégia ganha força a partir da nova regulamentação sobre som automotivo, aprovada no início do mês pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A resolução n° 624 prevê multa ao condutor que for pego com o som do carro audível pelo lado externo e quando houver perturbação da ordem em vias terrestres. Ou seja, a medida dispensa o uso de um medidor e considera o cenário onde está o veículo como forma de caracterizar o abuso.
A infração, portanto, estaria clara em pontos onde há aglomeração de turmas, consumo de bebida alcoólicas e reclamações ao 190.
– A avaliação (do que é perturbação) está a cargo do agente público. Por isso, é preciso narrar a situação e não apenas autuar a placa. É preciso demonstrar quem é o condutor (do veículo), qual a situação e como está perturbando os demais. Quanto mais informações, melhor – explica o advogado especialista em trânsito Juelci de Almeida.