A prefeitura de São Vendelino se manifestou sobre o caso envolvendo o recolhimento das ambulâncias usadas pelos Bombeiros Voluntários. Em nota, esclareceu que o município foi obrigado a ajuizar uma ação de reintegração de posse para garantir a devolução dos veículos que estavam nos bombeiros e eram usadas pela empresa Fake Serviços de Emergência Ltda. As ambulâncias foram recolhidas na manhã desta terça, em cumprimento de mandado judicial.
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No texto, a prefeitura destaca que "A reintegração foi cumprida para resguardar a comunidade, garantindo que um serviço essencial à população não seja prejudicado por uma ação ajuizada pela Fake, que tem como sócio-gerente o comandante operacional dos bombeiros voluntários, Alexander de Oliveira contra os próprios bombeiros. A reintegração de posse foi uma medida extrema, mas que se tornou necessária depois que a Fake acionou na Justiça a Associação Corpo de Bombeiros Voluntários de São Vendelino (ACBVSV). No processo, que ainda corre na Comarca de Feliz, a Fake exige, entre outras coisas, a manutenção de um contrato de serviços para remoções hospitalares, pelo qual cobra dos bombeiros R$ 10 mil mensais."
A questão, de acordo com o documento, tem como base um trabalho iniciado em 2014: "Naquele ano, a prefeitura havia detectado diversas falhas nas contas da corporação, desde compras feitas com recibos simples e sem identificação do vendedor, até o pagamento de motoristas/socorristas (inclusive o então e atual comandante, Alexander de Oliveira) também com recibo simples e sem recolhimento de encargos. O que, além de despesas irregulares, poderia gerar um enorme passivo trabalhista para a entidade".
Em junho do ano passado, a prefeitura teria recebido o relatório de uma auditoria de rotina do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A fiscalização abrangeu as prestações de contas dos bombeiros relativas ao convênio para o repasse de verbas da prefeitura e o resultado foi ainda mais preocupante, de acordo com a nota divulgada nesta terça: "O TCE determinou que a ACBVSV devolvesse R$ 54.607,52. Diante de um valor tão alto, imediatamente o Executivo municipal acionou o departamento jurídico para que se buscasse uma solução para o impasse. E ainda se tenta encontrar um meio para que os bombeiros não tenham que arcar com um baque desses em suas finanças. Então decidiu-se que a prefeitura ficaria responsável pelos serviços de remoção, valorizando a atuação dos voluntários, que afinal, são (ou deveriam ser) a essência da corporação".
Ao final, a prefeitura afirma que, depois do recolhimento dos veículos, a Secretaria Municipal de Saúde passou a assumir o serviço de remoções médicas entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) do município e os hospitais de referência da região. Também fica encarregada do suporte com ambulância ao atendimento em casos clínicos e acidentes que ocorrerem no município.
Na região
Em ação, empresa que usava ambulâncias dos Bombeiros Voluntários de São Vendelino cobra R$ 120 mil por serviços
Informação foi repassada em nota pela prefeitura após o recolhimento dos veículos
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