FOTOS: veja como foi o desfile na Plácido de Castro
O primeiro desfile cênico da Festa da Uva na Rua Plácido de Castro ressaltou as diferenças positivas e negativas da Rua Plácido de Castro em relação a Sinimbu, via que foi palco do corso por 57 anos.
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Se esteticamente o desfile no novo endereço agradou boa parte do público, as condições de infraestrutura e detalhes técnicos chamaram a atenção.
As deficiências pautaram a reunião da Comissão de Desfiles num encontro na tarde de sexta-feira. Uma das medidas será a antecipação da entrada da orquestra para as 19h30 a partir deste sábado, já que o atraso de uma hora para o espetáculo foi a grande queixa do público na noite de quinta-feira. Parte do público, que demonstrava descontentamento nas calçadas da Plácido, deixou a rua antes do início do espetáculo.
- Foi uma falha nossa não ter comunicado o que ocorreu. Tivemos uma queda de energia que contribuiu para o atraso e, principalmente, não queríamos começar enquanto houvesse muita gente ainda chegando. Nós percebemos que boa parte do público deixou para ir na última hora - comenta a coordenadora dos desfiles, Rúbia Frizzo.
Outros motivos frustraram as pessoas: quem chegou por volta das 19h, viu os carros alegóricos sendo levados do galpão da Maesa até a concentração na Andrade Neves, via Plácido de Castro.
- Estragou a surpresa - comentou o artista plástico Valdir dos Santos.
Já no final do desfile, a distribuição da uva não foi suficiente: ainda que a comissão tenha prometido oferecer a fruta em quantidade moderada, poucos puderam prová-la. A organização distribuiu a uva na dispersão dos carros, na esquina da Plácido com a Rua Treze de Maio.
Por outro lado, houve pontos positivos que equilibram os desacertos iniciais: a proximidade dos artistas com o público, a iluminação sofisticada, poucos transtorno no trânsito, além de mais arquibancadas para quem preferiu pagar.
A estreia, portanto, serviu como ensaio para as próximas apresentações deste sábado e domingo.
- Tecnicamente é viável. Há proximidade com o público, há figurantes e carros bem elaborados, mas é preciso de ajustes. O cenário precisa ficar adequado- avaliou o professor Aldo Migot, que atuou por anos na organização de desfiles.
O primeiro desfile cênico da Festa da Uva na Rua Plácido de Castro ressaltou as diferenças positivas e negativas da Rua Plácido de Castro em relação a Sinimbu, via que foi palco do corso por 57 anos.
O QUE DEU CERTO:
Iluminação e sonorização: Diferentemente da Sinimbu, onde a iluminação privilegiava somente a quem assistia o desfile na frente da Catedral, desta vez, a secretaria da Cultura usou torres de luz que se espalharam por toda a via, permitindo mais visibilidade ao espetáculo. A sonorização também ganhou pontos: a narração das cenas e carros alegóricos era escutada com clareza ao longo de toda a via.
A qualidade do corso: uma história contada com início, meio e fim, narrada com músicas da orquestra e efeitos de sonoplastia deu o tom do espetáculo. Carros alegóricos bem elaborados, figurantes envolvidos com coreografia e trajados com roupas impecáveis deram um tom mais profissional à apresentação, com roteiro do jornalista Nivaldo Pereira.
_ Demorou demais para começar, mas valeu a pena, estava bem bonito _ Adriano Lopes Teodoro, 22 anos, montador, de Caxias do Sul.?
Trânsito
Se na Sinimbu, as apresentações ocasionavam bloqueios de trânsito e dificuldade de estacionamento, desta vez, a instalação das arquibancadas na Plácido não causou prejuízos ao tráfego de carros ou à circulação de pedestres. Os desvios de linhas de ônibus também diminuíram: na Sinimbu, eram mais de 20. Na Plácido, apenas três linhas mudaram de itinerário.
Mais arquibancada e espaço para cadeirante
Mais arquibancadas trouxe mais conforto para quem pode pagar R$ 30 pelo ingresso, ou R$ 15 em caso de meia-entrada. Em comparação a última edição, são 1,5 mil lugares a mais.
O espaço para cadeirantes é novidade e beneficia pessoas com deficiência (PCD) e acompanhante que não pagam ingresso. São mais de 80 lugares gratuitos.
- Mais arquibancada e mais iluminação deixaram a nossa noite melhor_ definiu a consultora de moda Gelsimina Bugoso, 52 anos.
Interação com o corso: A proximidade entre figurantes e o público humanizou o espetáculo. Era possível enxergar das arquibancadas ou das calçadas as emoções das soberanas ou interagir com os figurantes, por exemplo.
- Dava para ver o pessoal que desfilava mais de perto. A organização também esteve legal, a estrutura toda - elogiou Luciana Madalosso Goulart, 43, técnica contábil.
A MELHORAR
Uva
A restrição na distribuição de uva não agradou o público, pois em edições anteriores, voluntários entregavam a fruta em caixas separadas. Houve distribuição apenas na dispersão e em volume menor.
- Pra mim, faltou a uva. O resto estava ótimo, mas sem uva, parece que não é o desfile da Festa da Uva_ disse a secretária Jaqueline Menegass.
Espaço gratuito
O trajeto do desfile diminuiu quase 300 metros em relação ao da Sinimbu e, portanto, é menos espaço livre para o público se acomodar. Algumas pessoas desistiram de assistir ao espetáculo por falta de lugar na calçada.
- A verdade é que somos obrigados a comprar o ingresso para aproveitar o desfile _ avalia a dona de casa caxiense Tereza Souza, 60 anos.
Serviços
Houve quem reclamasse da ausência de distribuição de copos de água ou da dificuldade em comprar lanches, pois ambulantes não passavam na Plácido de Castro. Comerciantes vendem lanches na Vereador Mario Pezzi, mas quem está nas arquibancadas precisa deixar documento de identidade para voltar, o que complica a entrada e saída
O Samae afirma que um caminhão-pipa distribui água na entrada e saída do corso alegórico, e que copos foram distribuídos para quem desfilava.
Atraso
O desfile estava previsto para as 20h, mas só começou às 21h. Os primeiros figurantes entraram na passarela às 21h25min, o que gerou revolta e vaias por parte da plateia. Os argumentos para a demora, segundo a organização: problemas com iluminação e o atraso das autoridades e convidados para início do protocolo.
Translado dos carros
Os carros alegóricos atravessaram a via para a concentração antes do início do desfile. Até então, os veículos estavam sendo mantidos em segredo para causar mais impacto na primeira apresentação. A movimentação dos carros sendo empurrados na Plácido antes do desfile estragou parte dessa surpresa.
Festa da Uva
Desfile cênico na Plácido de Castro divide opiniões
Enquanto qualidade do desfile agrada ao público, ausência de uva e atraso de uma hora gera queixas
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