A exaustiva negociação entre policiais e um homem que manteve uma refém dentro de uma casa durante quase 10 horas, em Bento Gonçalves, terminou por volta das 20h desta terça-feira. Armado com uma faca, Davi Abel de Brito, 33 anos, estava com a mulher de 60 anos desde as 10h, no bairro São Roque. A polícia invadiu a moradia e libertou a vítima. O homem foi preso e levado à delegacia. O crime pode ter motivações passionais.
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A refém deu entrada no Hospital Tacchini por volta das 20h30min, onde permanecia em atendimento. O hospital não confirmou se ela foi ferida. O homem prestaria depoimento ainda na noite desta terça-feira no plantão da Polícia Civil. Segundo a BM, o agressor estava foragido desde fevereiro do ano passado do sistema prisional. Ele também tem passagens na polícia por vários crimes, incluindo homicídio.
O cárcere chegou ao conhecimento da Brigada Militar por meio de vizinhos, na parte da manhã. Vítima e agressor moravam na parte inferior de uma residência na Rua Arlindo Franklin Barbosa, a poucas quadras da Faculdade Cenecista. A mulher saiu da casa e pediu socorro aos moradores do piso superior, mas foi seguida por Brito. A polícia não confirmou se os moradores da parte de cima estavam no local.
O comandante da BM em Bento, major Álvaro Martinelli, iniciou as negociações com o Brito ainda pela manhã. Com o passar das horas, equipes da BM, da Polícia Civil, dos bombeiros, da Guarda de Trânsito e do Samu se concentraram na frente da casa. Pouco depois das 16h, uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) se juntou à força-tarefa. Três quadras no entorno foram isoladas.
Conforme o capitão Diego Caetano de Souza, o homem estava transtornado, oscilando entre momentos de maior e menor agressividade. Ele chegou a lançar objetos sobre os policiais. Em diversos momentos, os negociadores tentaram tranquilizá-lo e convencê-lo a se entregar, sem sucesso.
O capitão Caetano também confirmou que houve uma tentativa de invasão no início da tarde, quando Brito ameaçou ferir a mulher. Como ele recuou, os policiais também desistiram de entrar na casa. As exigências do homem teriam sido uma arma e cigarros, que não foram atendidas.O agressor também avisou aos policiais que havia ligado o gás de cozinha, havendo o risco de incêndio.
Na vizinhança, o clima era de preocupação. Alguns moradores próximos acompanharam a situação desde o início, de suas casas ou atrás do cordão de isolamento. A cada nova viatura que chegava, havia a expectativa de invasão policial, que acabou sesomente às 20h desta terça-feira.
