É difícil entender como trechos perigosos da ERS-122, em Caxias do Sul, recebem atenções tão desiguais por parte do Estado. Em dezembro, bastou um protesto de moradores do bairro Pedancino contra mortes em acidentes de trânsito para que a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) providenciasse melhorias no acesso à comunidade.
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No ano passado, moradores do Cidade Industrial bloquearam a estrada seis vezes para pedir uma sinaleira ou um controlador de velocidade no trevo da Iveco. O Estado prometeu uma solução. Só que além de não ter sido cumprida, o projeto parece ter sido esquecido numa gaveta qualquer.
Cerca de 14 quilômetros separam os dois pontos. Na região do Pedancino, sete pessoas morreram nos últimos seis anos. No caso do Cidade Industrial (km 72), foram 19 mortes desde 1997 no trecho entre o viaduto torto do Desvio Rizzo e o acesso ao Cidade Nova.
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O protesto no Pedancino ocorreu no dia 11 de dezembro. A EGR, concessionária responsável pela manutenção da estrada, reconheceu as falhas e executou o alargamento da pista e implantou uma vistosa sinalização horizontal, obra concluída em pouco mais de uma semana. Agora, tem sido possível ordenar o entra e sai de veículos do Pedancino e do loteamento Brandalise. A sinalização horizontal também demarca uma faixa central exclusiva para a espera e a conversão.
No trevo da Iveco, o secretário dos Transportes e Mobilidade do Estado, Pedro Westphalen, anunciou no dia 29 de junho do ano passado a instalação de uma lombada eletrônica para controlar a alta velocidade de carros e caminhões. Desde aquele dia, uma pessoa morreu e outras sete ficaram feridas em 13 acidentes.
Posteriormente ao anúncio do secretário, o Daer negou que houvesse qualquer projeto de melhorias. Questionado novamente na semana passada, o departamento respondeu que a resposta caberia a Westphalen. A reportagem ainda não recebeu retorno do secretário.
Se Pedancino parece aliviada, moradores do Cidade Industrial vivem uma incógnita:
- Fico indignada pois nosso bairro não existe. Paramos as manifestações quando prometeram a lombada. Perdi amigos nessa estrada e todo dia tenho que atravessar - desabafa a metalúrgica Margarida Weschenfelder, 47 anos.
PEDANCINO
- Trecho perigoso: do km 85 ao 87
- Acidentes: desde janeiro de 2010, foram 102 acidentes com 85 feridos. Ocorreram sete mortes no mesmo período. Não há dados sobre anos anteriores.
CIDADE INDUSTRIAL
- Trecho perigoso: do km 71 ao 73
- Acidentes: desde janeiro de 2010, foram 172 acidentes com 89 feridos. Ocorreram 19 mortes desde 1997.