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Pela primeira vez, a Polícia Civil admite que os ataques contra as imagens de santos apontam para crimes de intolerância religiosa na Serra. Na quarta-feira, mais dois casos de destruição vieram à tona em Caxias do Sul: a imagem de Santo Antônio, na paróquia do bairro Cinquentenário, e a imagem de Nossa Senhora de Fátima, na Paróquia Santíssima Trindade, do bairro Cidade Nova. Esses dois atos e outras seis investidas contra capitéis e imagens que representam a fé católica em Caxias, Farroupilha e Garibaldi provocam reações de espanto em líderes de outras religiões. Não há suspeitos identificados, mas a polícia acredita na relação entre os casos.
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No bairro Cinquentenário, o santo da comunidade foi quebrado na madrugada do dia 31 de dezembro, data em que a paróquia completou 50 anos. Uma testemunha viu um homem de capacete e um Gol nas proximidades da igreja. Conforme o delegado responsável pelas investigações, Mário Mombach, o capacete é semelhante ao que foi flagrado em imagens de câmeras de segurança no ataque a Nossa Senhora de Caravaggio e Joaneta, em Farroupilha.
Um vigilante particular que cuida de ruas do bairro também afirmou à reportagem ter visto uma pessoa de cabelos compridos correr, por volta de 4h daquele dia. Ao sair para verificar um alarme que soava em moradia vizinha, o guarda encontrou a imagem quebrada e não soube dizer se o suspeito era homem ou mulher. A estátua ficava em frente à igreja, explica Rejane Kehrwald, voluntária da paróquia.
Ontem, o padre Rudinei Zorzo, do Cidade Nova, confirmou que a imagem de Nossa Senhora de Fátima foi destruída na madrugada de 16 de dezembro. A obra de arte era protegida por um vidro numa espécie de capela na parede externa da igreja. Naquela mesma data, alguém danificou a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes junto ao Parque da Lagoa, no Desvio Rizzo, bairro vizinho ao Cidade Nova.
- É difícil falar sobre isso, mas são grupos extremistas. Vândalos não quebrariam dessa forma - opina o padre Rudinei.
A rota dos ataques chama a atenção: ocorreram na Zona Oeste de Caxias, que faz ligação com o santuário de Caravaggio em Farroupilha, que por sua vez é caminho para Garibaldi.
Se comprovadas a autoria e a hipótese de intolerância, os autores podem ser implicados de acordo com a lei de crimes de discriminação e preconceito, cuja pena varia de um ano a três anos de prisão, além de multa.