Acordamos quinta-feira, no primeiro dia de ameaça de impeachment, afogados em defesas e ataques. Não seria diferente depois de uma quarta-feira avassaladora em Brasília, quando os politiqueiros mais uma vez reafirmaram sua profissão de defensores de interesses particulares. Ao longo do dia de ontem a enchente só fez subir. O diz-que-diz atordoou comentaristas políticos, jornalistas, analistas (o que dirá do cidadão...), pois as informações , jorradas aos borbotões, diziam que a mentira dera a tônica dos acontecimentos que levaram ao processo de abertura do impeachment.
Mentiras.
O presidente da Câmara acusou Dilma de ter mentido no pronunciamento oficial, quarta à noite, quando ela disse que jamais barganhara para se manter viva. Dilma, lembram?, disse, sem dar nome aos bois, que Cunha mentira numa CPI. O chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (nome novo nesse imbróglio), disse que Cunha mentiu ao acusá-lo de ter levado, ainda na quarta, o deputado André Moura até Dilma para negociar apoio.
Cunha diz que Dilma mente que diz que Cunha mente que diz que Wagner mente que diz que Cunha mente que diz que.
Somos a Republiqueta das Mentiras.
Algum político que de fato apite alguma coisa nesse paizinho afinal fala a verdade?
Cadê ele?
Não mintam, por favor, ao nos apresentar esse político verdadeiro.
Uma verdade: passaremos os próximos meses mais paralisados do que já estamos.
Uma mentira: o Brasil ficará melhor sem Cunha, sem Dilma, sem Wagner, sem.
Opinião
Gilberto Blume: somos a Republiqueta das Mentiras. Algum político que de fato apite alguma nesse paizinho afinal fala a verdade?
Uma verdade: passaremos os próximos meses mais paralisados do que já estamos
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