Durante o protesto contra o assassinato de avó e neta em Caxias do Sul, neste domingo, a manicure Camila Eduarda da Silva, 21 anos, mãe de Emili e filha de Simone, conversou com a reportagem. A mulher acredita que o crime pode ter sido motivado pelo fim do relacionamento com o suspeito preso na sexta-feira.
A mãe da menina fala sobre as perdas:
Confira trechos da entrevista:
A senhora havia recebido ameaças do homem que está preso?
Não me ameaçava. Apenas foi agressivo comigo duas vezes quando ainda estávamos juntos.
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Há quanto tempo terminou o relacionamento?
Faz uns dois meses. Ficamos juntos um ano e pouco.
É verdade que ele não aceitava o fim do namoro?
Sim. Depois que terminamos ele ficou sempre perto. Me dava presente, me dava dinheiro. Dizia que queria morrer se não eu não estivesse mais com ele.
A senhora está surpresa?
Muito. No velório ele ficou o tempo inteiro perto de mim. Me levou para a casa dele depois para me cuidar. Ele dizia que amava minha filha. Dizia que era como se fosse filha dele, chamava ela de "negrinha". Colocou até foto no facebook ao lado dela.
O que aconteceu depois que a senhora descobriu que ele era suspeito?
Fui levada para outro lugar, longe dele. A partir daí, ele começou a me procurar. Deixou um bilhete com dinheiro na casa de uma parente minha. Pedia onde eu estava. Depois, tentou denegrir minha imagem com conhecidos.
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A Emili morava com a senhora?
Não. Ela residia com a família do meu ex-marido. Eu tinha pego minha filha para passar uns dias. Levei ela na casa da minha mãe naquele sábado. Minha mãe pediu pra nenê ficar lá, daí fui pra casa. Agora estou sem chão. Sem as duas, perdi tudo.