Com portes e populações diferentes, Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha compartilham angústias parecidas em relação ao futuro.
Considerando-se que municípios com menos de 1 milhão de habitantes são os que mais crescem no mundo e que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 70% da população mundial viverá em cidades até 2050, é imprescindível repensar a mobilidade urbana o mais rápido possível. As três estão elaborando um plano de mobilidade para estabelecer diretrizes para as próximas décadas.
O diretor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Bento, Valdir Possamai, aponta a expansão industrial e o trânsito como principais gargalos da cidade no futuro. Fala, também, na necessidade de encontrar alternativas, como construções verticais de garagens, para melhorar o fluxo de veículos nas áreas com maior concentração de pessoas.
- Bento é uma referência turística no país, e essa expansão industrial precisa acontecer harmonicamente, de forma ordenada e cadenciada - avalia.
Torna-se fundamental, assim, não só pensar de que maneira os moradores vão se deslocar, mas como as cidades vão crescer. O secretário municipal de Planejamento de Farroupilha, Deivid Argenta, explica que os desafios econômicos do município passam por uma maior diversificação do parque fabril - hoje, a principal atividade econômica é a indústria (57,47%), essencialmente nos setores da metalurgia e do plástico.
- Para isso, modificamos o plano diretor e criamos leis de incentivo a empresas que tragam novas tecnologias. A agricultura, que representa 10% da economia do município, está sendo estimulada através de legislações, para que tenha um potencial ainda maior - afirma.
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A mobilidade deverá ser contemplada com ligações saindo do Centro do município e incentivando o uso de outros modais.
- Estamos traçando projeções de perimetrais, que liguem as rodovias que cruzam pelo município. Estamos projetando faixas cicloviárias e melhorias no transporte coletivo - antecipa.
O diretor técnico da Secretaria do Planejamento Municipal (Seplam) de Caxias, Tarcísio dos Santos Vieiro, aposta na "densificação" - a organização do espaço urbano com concentração de pessoas em determinados pontos, para integrar atividades e serviços e evitar grandes deslocamentos - em 15 regiões administrativas do município, criando "centros descentralizados".
- Há um passivo grande a ser superado. Há previsões de vias novas e alargamento de vias, ciclovias, aneis viários, radiais interligando o Centro às periferias. O Plano Municipal de Mobilidade está na central de licitações, à espera da empresa que irá realizar a coleta de dados - afirma.
Relatório elaborado pelas ONGs Forum for The Future e Embarq profetiza o óbvio: o futuro da mobilidade depende de opções de transporte integradas, com agilidade e infraestrutura.
A Serra que Queremos
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Tríssia Ordovás Sartori
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