Com o prédio pronto há um ano e meio e parte dos equipamentos comprada, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Zona Norte ainda não tem data para abrir as portas em Caxias do Sul. Armários estão instalados e alguns materiais, como macas, encaixotados, mas a unidade precisa estar 100% pronta e equipada para que o Ministério da Saúde autorize o funcionamento.
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A compra do que falta depende da lentidão da máquina pública. A estimativa é que entre 20 e 30 licitações estejam em andamento, enquanto outras ainda são elaboradas. A secretária de Saúde, Dilma Tessari, não arrisca datas, mas acredita que a abertura não será em 2015.
- Outras vezes estimei datas, mas a gente não consegue se comprometer por causa das verbas, da demora, mas agora estamos com a situação mais próxima, mais concreta - aponta.
FOTOS: Conheça a estrutura atual da UPA Zona Norte
Entre os itens à disposição estão macas (fixas, para consultórios) e móveis (para transporte de pacientes), mesas de cabeceira, mesas de inox, poltronas para atendimento, cadeiras, lixeiras, autoclave (para esterilização), parte dos computadores e material para a sala de odontologia. Parte está na UPA e parte no almoxarifado da prefeitura.
Para a compra de mobiliário e equipamentos, a UPA recebeu R$ 1,4 milhão do Estado, e R$ 1 milhão de verba federal (divididos em duas parcelas, de R$ 800 mil, pagos em agosto, e de R$ 200 mil, em setembro). A maior parte das aquisições até agora ocorreu com dinheiro estadual, depositado há mais tempo.
Entre os itens em processo de compra (veja quadro), o que será adquirido com verba do Estado está em processo licitatório, aguardando vencedor do certame ou repetindo o processo por falta de interessados. Quanto ao que será pago com dinheiro federal, as licitações estão em fase de elaboração.
Além da demora para a chegada do dinheiro e das licitações (cada item é adquirido em processo separado), a secretária aponta outro motivo de atraso: cada verba tem destino específico. Câmeras de monitoramento, por exemplo, não estão previstas nas cotas federal e estadual, e terão de ser pagas pela prefeitura. O município já contribuiu com R$ 1,4 milhão de contrapartida para a construção da unidade e estima custear mais R$ 200 mil para iniciar as atividades. O prédio é vigiado por guarda 24 horas.
O QUE FALTA COMPRAR*
Verba Estadual
:: bisturi elétrico
:: bombas de infusão (regula a quantidade de medicação que entra no organismo)
:: biombos (para separar leitos)
:: carrinhos de transporte de resíduos
:: carrinhos de alimentos
:: foco cirúrgico (equipamento de luz)
:: negatoscópios (para visualização de raios-X)
:: aventais de chumbo e protetores de tireoide
:: central telefônica
Verba Federal
:: raio X digital e complementos
:: carrinhos e materiais de urgência
:: computadores
:: desfibriladores
:: desumidificadores
:: eletrocardiograma
:: focos auxiliares (equipamentos de luz)
:: monitores
:: respiradores
:: otoscópios (para examinar a orelha)
:: oxímetros (para medir o oxigênio no sangue)
:: berço
:: camas hospitalares
* Principais itens
ESTRUTURA
:: o prédio tem 800m², e a área total (com terreno) é de 1,5mil m²
:: 18 salas de observação
:: 10 consultórios
:: sala de urgência e emergência
:: salas para aplicação de medicamentos
:: sala de exames
:: raio-X, gesso e sutura
:: área administrativa
:: copa
:: local para lavagem de equipamentos
Durante reforma do Postão, equipe atenderá na UPA
Apesar de fechado por tanto tempo, o novo posto para atendimento de urgências e emergências está em boas condições. Não há sinal de infiltrações ou mofo aparentes. A UPA tem aspecto de novinha em folha, inclusive com as placas que indicam os nomes dos setores instaladas, como consultórios e radiologia. Nem todo os materiais que já chegaram foram retirados das caixas justamente para mantê-los livres de avarias.
Quando aberta, a UPA Zona Norte, no Santa Fé, deve concentrar os atendimentos para que o Pronto-Atendimento 24 Horas (Postão), no centro, seja reformado e transformado em UPA de porte 2. Em função disso, a Secretaria da Saúde avalia a possibilidade de transferir a equipe que hoje atua no Postão temporariamente para a UPA Zona Norte, durante a obra. Ou seja, o município ainda não busca novos profissionais, como médicos e enfermeiros, o que deve ocorrer posteriormente.
Na semana passada, o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) e a secretária Dilma Tessari foram a Brasília conversar com o novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, para apresentar o projeto das intervenções no Postão e pedir o custeio da unidade da Zona Norte.
Com a transformação em UPA, o Postão passaria a receber verbas federais, que cobririam parte dos custos operacionais. Hoje, o funcionamento é totalmente mantido pela prefeitura.