A defesa civil contabiliza, até o momento, 62 casas atingidas no distrito de Pedras Brancas, em São Marcos. Outras 10 ficaram destelhadas na sede do município. Conforme os bombeiros, o temporal mais severo ocorreu entre 2h e 2h30min. Dez mil metros de lonas foram fornecidos aos moradores e a prefeitura ainda contabiliza os estragos. Seis mil metros foram comprados de forma emergencial.
Municípios da Serra Gaúcha atingidos por temporais ainda precisam de doações
Segundo o subprefeito de Pedras Brancas, Sidinei Fochesato, foi perdido nos parreirais o que ainda não havia sido atingido em episódios anteriores. Fochesato afirma que as pedras de granizo se aproximavam do tamanho de ovos de galinha. Também foram afetadas lavouras de alho e cebola. Aviários tiveram a cobertura danificada. Estradas foram afetadas com estragos ou queda de árvores em pelo menos quatro pontos.
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Em Antônio Prado, as aulas foram suspensas nesta quarta-feira na Escola Municipal de Ensino Fundamental Aparecida por conta de infiltração de água, que alagou tanto salas quanto o auditório. Conforme o secretário de Educação, Luís Henrique Berta Malheiros, a calha transbordou e houve infiltração por baixo do teto. O problema afeta 253 alunos e mais 60 estudantes do ensino superior da Universidade de Caxias do Sul (UCS) que têm aula no prédio à noite.
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O município contabiliza novos estragos na agricultura. Antônio Prado já havia decretado estado de calamidade pública no final de setembro por conta de mais de R$ 16 milhões em perdas nas lavouras. O prejuízo estimado no cultivo de uva foi de 70%. A perda em maçãs foi de 40%, mas, conforme o secretário de Agricultura, Roberto Scalco, esse percentual aumentará após o granizo desta madrugada e a média de perdas ficará entre 60% e 70%.
O excesso de umidade do solo com a instabilidade constante também prejudica a agricultura. Scalco pontua que as plantações de cebola estão sendo atacadas por fungos. Conforme o prefeito de Ipê, Valério Marcon, a umidade excessiva atrasa o plantio da soja e do trigo na região.
Em Flores da Cunha, foram duas casas destelhadas, em Monte Bérico e os moradores receberam lonas. Um muro desabou conforme os bombeiros, mas ninguém se feriu.
Em Nova Pádua, houve registro de granizo em pontos isolados também na zona rural. Nenhuma casa foi destelhada.
Na Serra Gaúcha, já tiveram o decreto de emergência homologado a partir do decreto coletivo do Estado na última semana os municípios de Cambará do Sul, onde 600 casas foram destelhadas, e Campestre da Serra, onde as estradas foram danificadas em 20 pontos e 20 casas foram atingidas. Para esses municípios, há previsão de chegada de kits de alimentação, higiene e limpeza.
Conforme o coordenador da Defesa Civil Estadual na Serra, major Lúcio Henrique Alencastro, a perspectiva é que a entrega comece a partir desta quarta-feira. Cada kit é suficiente para sustentar uma família, em média, por quatro a cinco dias, mas a análise de cada caso é avaliada para definir se determinada família precisa de mais mantimentos.
Aguardam homologação dos decretos por conta de estragos com o granizo os municípios de Ipê, onde foram afetados 40 pontos dos 1,1 mil quilômetros de estradas vicinais, e São Francisco de Paula, que teve 800 casas destelhadas. Para esses, o major afirma que será feito um anexo ao decreto de emergência coletivo, mas a contemplação depende do preenchimento de critérios do Ministério da Integração sobre os danos privados e públicos.
Os corpos de Bombeiros em todos os municípios recebem doações, que depois são redistribuídas pela Defesa Civil Estadual. No caso de Cambará e São Francisco de Paula, são necessárias principalmente telhas. Doações de alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza, colchões e cobertores também são bem-vindas.