Os buracos voltaram a dominar as rodas (sem trocadilho...). Até que demorou. A chuva ameaça ficar em cartaz até o fim da semana. A perspectiva, pois, é de que o que já é ruim fique pior.
Três categorias tornam os buracos tema recorrente nas rodas:
1. O cidadão vitimado pelos buracos (pneu furado, roda quebrada, prejuízos, sustos, etc);
2. O cidadão que não dirige (mais ou menos como lamentar a bancarrota do Eike Batista: não tenho nada com isso, mas se é disso que falam, vamos em frente);
3. O cidadão que dirige ou que não dirige e que não vê soluções nem no mais longínquo horizonte (uma minoria do contra sempre, com ou sem buracos).
Não há defensores de buracos, portanto. E buraco teria defensor? Seguindo nossas posições em outros temas, sim, buraco poderia ter defensor.
A saúde.
A saúde poderia e deveria ser muito mais eficaz, rápida e abrangente. Mas não é. Nunca, jamais se viu a coletividade provocar tsunamis nas redes sociais porque o Postão, o postinho ou o plano de saúde tiveram espera de cinco horas, seja pela superlotação, seja por carência de médicos. Já os buracos causam comoção.
A educação.
A educação pública é de baixíssima qualidade. Dê atenção aos testes de avaliação dos próprios governos e constate que nos arrastamos justamente no momento da história em que deveríamos galopar.
Alguém, porém, ergue a bandeira da educação? A propósito, você recorda quem é o ministro da Educação recebido com fogos em janeiro?
Alô, patrulha: devemos criticar as autoridades porque nos entregam buracos ao invés de estradas. Gostaria de ver, contudo, mais equilíbrio e variedade na pauta da massa crítica.
Nossa grita contra os buracos comprova: saúde, educação e segurança são serviços prestados porcamente há tanto tempo que nos acostumamos com o pior.
Já os buracos...
Creiam, as autoridades preferem que reclamemos de buracos do que de saúde, educação...