Buracos na pista, sinalização precária, trechos de pista simples na ligação à capital, curvas extremamente sinuosas... Os velhos problemas da ERS-122 ajudam a entender por que a rodovia está no topo de uma triste estatística: pelo segundo ano consecutivo, lidera a lista de rodovias estaduais com maior índice de acidentes. Até 30 de agosto foram 548 casos e 13 mortes, segundo o Comando Rodoviário da Brigada Militar. Os números se referem a toda a rodovia, de Portão a Campestre da Serra. Entre São Vendelino e Campestre da Serra, maior trecho da estrada, que cruza cidades como Farroupilha, Caxias do Sul e Flores da Cunha, são 375 acidentes e nove mortes.
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No trecho considerado mais crítico, entre São Vendelino e Farroupilha, foram 101 acidentes. Pelo menos 55 pessoas ficaram feridas e uma morreu. São cerca de 20 quilômetros por ondem passam 24 mil veículos de segunda a quinta-feira. Nas sextas-feiras, o movimento sobe para 28 mil.
Se por um lado a estrada mantém a má posição no ranking, ao menos um dado é positivo: o número de vítimas fatais é menor neste ano se comparado ao mesmo período de 2014. São oito casos a menos em 2015.
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- Ao analisar esses acidentes, tem que ver condutores, pedestres, a rodovia, e as condições climáticas, que interferem para causar acidentes. Só Farroupilha e Caxias têm mais de 330 mil veículos registrados. É uma rodovia muito pesada. E tendo pista sinuosa, com perímetro urbano, o condutor tem que se adequar, e notamos uma certa imprudência no respeito às normas de circulação - analisa o capitão Evandro José Flores, comandante da 1 Companhia Rodoviária.
Na Curva da Morte, no Km 47, o número de ocorrências supera os primeiros oito meses do ano passado: 16 casos, contra 13 em 2014. Entre quarta e sexta-feira da semana passada, uma Kombi capotou e dois caminhões tombaram. Desde julho há um pardal instalado na descida, pouco antes da curva.
Na opinião do capitão Evandro, as condições da estrada não podem ser tomadas como os únicos culpados pelo mau índice conquistado pela ERS-122:
- Não só para quem leva carga, mas para qualquer condutor. Principalmente no horário de pico, são só dois ou três pontos de ultrapassagem. Às vezes a falta de paciência é causadora. Com o fluxo de veículos grande, a cautela tem que ser maior - aponta o policial.
*colaboraram André Fiedler (Rádio Gaúcha Serra) e Jean Prado (RBS TV)
Serra Imobilizada
ERS-122, na Serra, é a líder de acidentes entre rodovias administradas pelo Estado
No ano passado, a rodovia com sinalização precária e curvas sinuosas também amargou a triste primeira colocação
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