O assassinato de Ana Clara Benin Adami completa hoje uma semana e a polícia segue sem pistas sobre o que teria motivado o assassinato da menina de 11 anos. Ana Clara morreu após ser baleada quando ia para a catequese no bairro Pio X. O tiro foi dado por um homem que se aproximou dela e de uma amiga e fugiu após o disparo. Ele não falou com as garotas nem fez menção de assaltá-las, segundo o depoimento da amiga que acompanhava.
- É um caso que não conseguimos vislumbrar uma motivação para se chegar à autoria. É um dos casos mais emblemáticos deste ano - relata o delegado Rodrigo Duarte, que responde interinamente pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Amigos e colegas da menina prestaram depoimento e mencionaram uma suposta briga entre Ana Clara e outra menina, que teria ocorrido pelas redes sociais. No entanto, nenhum deles sabia o que teria motivado a discussão ou visto as mensagens que teriam sido trocadas entre as garotas.
O episódio teria ocorrido há pelo menos dois meses. Ana Clara chegou a comentar o fato com os pais, que foram ouvidos segunda pela manhã. A menina que teria discutido com Ana Clara deve ser ouvida amanhã.
A polícia não encontrou nem no celular da menina nem nos perfis em redes sociais - Facebook ou Whatsapp - registros da discussão ou qualquer elemento que indicasse alguma pista sobre o crime.
- Mas essa briga não está confirmada e não há nada de concreto - reafirma o delegado, que classificou como vagos os depoimentros que relataram a suposta discussão.
Por enquanto, não foram encontradas câmeras de segurança que registrassem imagens do criminoso e a polícia pede que se alguém nas imediações tenha alguma informação entre em contato pelo telefone (54) 3214.2014.
O QUE PRECISA SER RESPONDIDO
- Quem é o assassino? Até agora, sabe-se apenas com o relato da amiga de Ana Clara que ele vestia uma jaqueta ou blusão cinza-escuro com listras azuis, era moreno e aparentava ter 20 anos.
- Por que ele matou? A motivação do crime não foi esclarecida. Ainda de acordo com o relato da menina que acompanhava Ana Clara, elas não falaram com o atirador e nada foi roubado.
- Qual a linha de investigação? Por enquanto, a polícia não tem hipótese do que teria motivado o crime.
- Supostas ameaças em redes sociais têm ligação com o crime? As redes sociais e o celular da menina devem ser analisados pela polícia nos próximos dias. Por enquanto, não há como saber.
- O assassino teve apoio de outras pessoas? Talvez. Depois do crime, ele foi visto correndo pela Rua Luigi Rossetti, no fundos da Igreja do Pio X. O local é pouco movimentado. No mesmo momento em que o criminoso correu em direção a Rua João Triches, testemunhas apenas ouviram o barulho do motor de uma moto. Câmeras de segurança no trajeto da fuga não captaram cenas do crime ou do assassino. Relatos também aponta outro homem correndo em direção oposta, no sentido da Rua Moreira César, mas não está confirmada se ele teria relação com o crime.
- O assassino seguia a vítima? Não se sabe. A testemunha só percebeu o criminoso quando se ele aproximou. Não está claro se ele seguiu Ana Clara ou aguardava por ela numa rua próxima.
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