O projeto de Daniel Guerra vai causar.
Como bem sabemos, o vereador defende que todos os assentos dos ônibus urbanos de Caxias sejam preferencialmente disponibilizados para idosos, gestantes, deficientes e quetais.
Na prática, o vereador mais oposicionista da Câmara de Caxias quer multiplar por sete, oito o atual número de assentos preferenciais. A Visate vai discordar, o prefeito vai discordar, os demais vereadores vão discordar porque o prefeito discordou.
Hoje, também sabemos, cada ônibus possui seis bancos para esse público.
Quem anda de ônibus em horários de pico, mesmo ocasionalmente, percebe claramente que os seis atuais assentos são insuficientes.
Eu ocasionalmente ando de ônibus em horário de pico.
A lotação e o empurra-empurra no corredor contrastam forte com a falta de gentileza.
Nos começos das manhãs e nos finais de tarde os ônibus transportam bastante estudantes adolescentes, espécimes que, sabemos, têm energia escorrendo pelas espinhas da face. Essa energia, não raro, é inversamente proporcional à educação recebida (recebida?) em casa e na escola.
Minha barba está esbranquiçada, mas não me sinto velho, tampouco minha idade me assenta na categoria "idoso".
Conto nos dedos de uma mão, porém, as vezes em que alguém me ofereceu assento no ônibus.
Alô, patrulha: não estou reivindicando direitos que sequer possuo, apenas relato uma constatação.
O mesmo acontece com o senhor ao lado, com a gestante lá atrás, com a idosa que parece permanecer de pé apenas porque não restou espaço para cair.
Há exceções, naturalmente.
Sempre haverá um rapaz cavalheiro ou uma jovem dama disposta a oferecer um pouco de conforto a quem visivelmente precisa no breca-arranca dos ônibus.
Sou abertamente favorável ao projeto de Daniel Guerra.
Espero, de verdade, logo adiante morder a língua, mas duvido que o projeto obtenha êxito na Câmara.
