Três suspeitos pelo envolvimento em um das maiores ações criminosas deste ano na região, o assalto ao Banco do Brasil em Campestre da Serra, ganharam nesta quinta-feira liberdade provisória. O assalto ocorreu no dia 2 de fevereiro e sete pessoas foram indiciadas pela polícia civil. Duas já estavam em liberdade provisória.
Gabriel Fiorentini, 19, deixou a Penitenciária Regional de Caxias do Sul na noite de quinta. Álvaro José Zorzi, 21, estava no Presídio Estadual de Vacaria e também deixou a penitenciária no final do dia. Apenas Eduardo de Jesus, 18, também no Presídio Estadual de Vacaria, não teve o alvará de liberdade provisória cumprido porque cumpre outra prisão preventiva por Caxias do Sul.
No despacho que autoriza a liberdade provisória, a juíza Vanessa Osanai Krás Borges, de Vacaria, justifica que os elementos que originaram a prisão preventiva dos acusados não estão mais presentes: "a ordem pública encontra-se restabelecida, principalmente em razão do tempo transcorrido desde a prisão, não havendo falar, ao menos por ora, que, soltos, os acusados venham a causar risco à sociedade. (...) Some-se a isso, o fato de que os réus, neste Estado, não registram antecedentes".
Gabriel e Álvaro devem se apresentar mensalmente à Justiça, manterem endereços autorizados e não se ausentarem da Comarca onde residem sem prévia autorização judicial.
Dos sete suspeitos presos, também Gerusa Zucco, 33, e Rosa Gorete Setembrina dos Santos, 43, que estavam no Presídio Estadual de Vacaria, já haviam ganhado liberdade provisória em 12 de março.
Do grupo, Agripino Brizola Duarte, 45 anos, o Véio, Reginaldo Correa da Silva, 42, são os únicos que continuam com a prisão preventiva decretada. Silva está no Penitenciária Regional de Caxias do Sul e Duarte, desde 5 de maio, internado no Hospital Vila Nova, em Porto Alegre. Em abril, ele havia sido transferido para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas.
No assalto, antes de fugir, o bando efetuou vários disparos e usou os funcionários da agência como escudo humano. A Brigada Militar recuperou R$ 79.359 levados pela quadrilha, que teria roubado, no total, R$ 89 mil.
As investigações apontaram Duarte como o líder da quadrilha. Ele foi indiciado por roubo triplamente majorado (privação de liberdade das vítimas, uso de armamento pesado e envolvimento de mais de duas pessoas no crime), associação criminosa, e tentativa de homicídio.
Segundo o delegado Flademir Paulino de Andrade, ele tem sido recolhido e solto do sistema prisional há 27 anos. Na longa ficha criminal há passagens por roubo a banco, roubo a estabelecimento comercial, roubo a residência, roubo a veículo, receptação e outros crimes. Duarte já esteve preso em Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Charqueadas, Santa Rosa, Lajeado e Viamão.
Outros três envolvidos foram indiciados pelos mesmos três crimes: Reginaldo Correa da Silva, Gabriel Fiorentini e Eduardo de Jesus. Gerusa Zucco e Álvaro José Zorzi foram indiciados por dois crimes, roubo triplamente majorado e associação criminosa. A última indiciada é Rosa Gorete Setembrina dos Santos, apenas por associação criminosa.