Professores e alunos de uma das escolas estaduais com a estrutura mais degradada de Caxias do Sul prepararam farto café da manhã, cantorias em italiano e outros mimos para receber o secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, na manhã desta sexta-feira.
O clima de cordialidade na escola José Generosi indica que a comunidade não arrefece os ânimos diante de uma demanda que se arrasta há nove anos. Mas a recepção calorosa também serviu para cobrar uma posição do Estado a respeito da reforma que nunca chega.
- Para nós é vergonhoso esperar tanto tempo - disse a estudante do 2º ano do ensino médio, Gabriela Pelissari Zatti, 17 anos.
O prédio de madeira foi inaugurado em 1941 e passou por ampliação nos anos seguintes. Os defeitos estruturais constatados em 2007 se agravaram a partir de 2013, o que forçou a interdição parcial da instituição. Cerca de 500 alunos perderam uma sala de aula, laboratórios e refeitório. Em dias de chuva, é impossível ficar no pátio ou dentro de algumas repartições por conta das goteiras. Funcionários da administração e professores se espremem em pequenas salas para reuniões e outras atividades.
A José Generosi está incluída numa lista com outras 41 escolas estaduais de Caxias marcadas por variados problemas estruturais. Desse total, 27 instituições precisam de intervenções urgentes, segundo a 4ª Coordenadoria Regional da Educação (4ª CRE).
Sem recursos disponíveis, Vieira da Cunha não prometeu obras a curto prazo, mas sinalizou que a escola de Forqueta terá prioridade na próxima reunião entre representantes de diversas secretarias. O Gabinete de Gestão Integrada de Obras Escolares foi criado recentemente a pedido dele, como meio de agilizar as reformas.
- Esse gabinete já decidi na hora como encaminhar as soluções. Antes os projetos precisam passar por diversos setores, o que levava muito tempo - comentou o secretário.
Pais dos estudantes, em parceria com a direção da escola, organizaram um abaixo-assinado com 1,3 mil nomes exigindo melhorias. Vieira da Cunha recebeu o documento e também foi sabatinado no café da manhã.
Confira algumas perguntas dos pais:
Valdomiro Mattos, 47 anos, pai da aluna Ana Carolina: Soubemos que foi pedida a intervenção do prédio. A escola pode fechar durante as obras?
Vieira da Cunha: Provavelmente não fechará. Em caso de obra, pelo que soube não temos alternativa, ou outro local para levar os estudantes. Vamos compatibilizar a reforma com o funcionamento normal da escola. Vamos fazer reunião com vocês e desenvolver um processo para que se não tenha prejuízo.
Veroni Gaffuri, 43, pai da aluna Rubiana: qual é o prazo para as obras?:
Vieira da Cunha: Infelizmente não tenho como dar prazo. Depois da reunião que vamos ter nos próximos dias com o gabinete de gestão integrada, vou pedir que os técnicos da secretaria voltem para essa comunidade para discutir esse prazos. O que posso dizer é que obras virão. Tenho certeza que dialogando vamos encontrar uma solução juntos. Daremos prioridade para solucionar esse assunto o quanto antes.