A leitora Cristiane Lenz escreve ampliando e enriquecendo o assunto aqui tratado no fim de semana (nosso vertiginoso mergulho no caos público para, quiçá lá adiante, emergirmos politicamente mais maduros e aptos a escolher nossos representantes com melhores critérios). Eis:
(...) Quanto à coluna de sábado, acho que o assunto é muito relevante, mas na minha opinião a participação popular na política, como a atitude de cobrar providências, não é uma realidade em nosso país hoje não só por conta de uma falta de consciência política do povo, mas pela forma como o sistema político se configura, na forma de uma falsa democracia, que não delega à participação popular um papel real.
Então, ao meu ver, a opinião de que falta o povo cobrar providências de seus políticos só acaba por transferir a responsabilidade destes por seu próprio trabalho, além de criar a ilusão de que essa é uma possibilidade real. Se há formas efetivas de o povo cobrar providências dos políticos eleitos, estas deveriam ser divulgadas. Mesmo considerando que o voto seria uma dessas formas, ele não vem se mostrando um caminho efetivo, visto que o sistema é problemático e não está ao alcance da participação popular.
Assim, a ilusão de que o povo tem algum poder de realmente modificar o sistema sócio-político passa por verdade, na medida em que essa é a ideia disseminada pela mídia oficial.
Atenciosamente, Cristiane Lenz
A leitora é feliz no comentário.
O PT, tido e havido como único partido capaz de verdadeiramente transformar o país, desperdiçou a chance.
Em 12 anos de governo o PT não melhorou a saúde, não melhorou a educação, não melhorou a segurança, não.
O mérito do PT foi alçar alguns milhões de pobres para o mundo do consumo, o que não é de todo ruim, mas quase nada diante das promessas revolucionárias. Os modelos político, tributário e jurídico, por exemplo, seguem exatamente iguais ao período pré-PT.
Ou seja, o brasileiro pôde trocar o sofá da sala, mas segue excluído do principal, a cidadania.
O fim vergonhoso da era PT põe a bola ao centro.
Ou seja, recuamos ao ponto zero.
Opinião
Gilberto Blume: o fim vergonhoso da era PT traz a bola ao centro. Ou seja, recuamos ao ponto zero
O PT, tido e havido como único partido capaz de verdadeiramente transformar o país, desperdiçou a chance
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